terça-feira, 12 de abril de 2011

Perfect Day

Era alguma noite de maio, de 1992. Tento me lembrar se tinha mesmo autorização para sair do Colégio ou se falsifiquei a assinatura da minha mãe para poder me juntar a todos os alunos da Fundação que iriam ao Show do Roxette em Porto Alegre. Não importava; eu era fã incondicional e iria àquele show de qualquer jeito. Não tinha pôsters grudados na porta do meu armário do Internato, como as minhas amigas tinham do Axel Rose ou do Bono Vox, mas sabia cada uma das letras de cor. Suspirava ouvindo Dangerous e enlouquecia quando ia na casa das amigas de Novo Hamburgo assistir aos clipes na MTV, já que a TV a cabo ainda não havia chegado até Gramado.
Diversão absoluta no ônibus a caminho do show que não parou nem mesmo frente às filas imensas que nos aguardavam no Gigantinho. O grupo que desceu as pressas se dissipou rapidamente e com pouco mais de dez pessoas acompanhei as primeiras músicas lá do fundo da pista. Deve ter sido impulsionada pelo "Yeah, yeah, yeah" de Drexed for success que eu e mais dois amigos percorremos toda distância que nos separava até a grade mais próxima da banda, parando apenas pra tocar nas bolas gigantes que voaram para a platéia durante Joyride em perfeita sincronia com a música. "In a wonderful balloon". E em épocas mais simples, sem camarotes nem pistas premium, em poucas músicas estávamos colados no palco.
E foi de lá que o mundo de uma guriazinha de 15 anos parou ao ouvir os primeiros acordes de Perfect Day tocados no acordeon.
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Quando soube do show em Porto Alegre não movi uma palha pra comprar ingressos. Não cogitei a hipótese de entrar no túnel do tempo. Não me imaginei gritando "Hello, you fool, I love you" outra vez. Mas na verdade só faltava eu ser impulsionada por alguma coisa. Então minha irmã resolveu querer ir e eu topei, assim, sem muita resistência. E aí estou aqui ouvindo "Spending my time". E pior, cantando. Talvez eu só não quisesse voltar a me sentir aquela guriazinha de 15 anos que se emociona (e ainda espera) o tal do Perfect Day.


Um comentário:

Guilherme Mar disse...

Não sou do tempo deste show que citaste de início, mas tinha muita vontade de ir neste de agora, mas, infelizmente faculdade, trabalho impediram. Roxette é muito legal, imagino que o seu inicial desinteresse, seria medo, de lembrar da época, sentir saudade, mas acho que no final deve ter sido bom :)