terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A coisa tá russa

Se no meu ambiente de trabalho circulam artistas, eles também estão trabalhando, logo, nada de gritos histéricos, autógrafos ou fotos. A ética profissional manda não ser tiete. 
Pra mim não tem sido problema. Primeiro, porque nunca fui muito fã de nenhum ator Global (vejam bem, eu falei Global, se o Jude Law ou o Bradley Cooper passassem por mim no meu ambiente de trabalho eu queria mais é que a ética profissional fosse pro inferno), então posso até achar bonitão, olhar de canto de olho, mas nenhum deles vai me causar um ataque cardíaco (eu acho). Segundo, porque se no mundo existem muito mais mulheres do que homens, no meu trabalho não seria diferente, logo, óbvio que eu cruzo com dez vezes mais atrizes do que atores.
Mas hoje foi diferente. Eu estava caminhando pro ponto, quando ouço uma voz atrás de mim, que pergunta: "Qual é uma carne boa pra fazer bife?". Quando me viro pra entender se aquilo era alguma espécie de piada, dou de cara com o Russo (por favor, se alguém não sabe de quem estou falando, clique aqui)! Mesmo depois de uma segunda-feira calorenta e pra lá de cansativa, não tive como não sorrir. Respondi pra ele: "Filé mignon , ué!". E ele segue, "Não, é alcatra". E enquanto a gente caminhava e eu conversava com aquele senhor de mais de 70 anos (40 de TV Globo) sobre carne, sobre o calor, sobre como é chato filmar o BBB e sobre como a gente gosta do Luciano Huck, sentia como se conhecesse ele há anos (o que não deixa de ser verdade já que quando eu era pequena assistia o Cassino do Chacrinha e ele já estava lá há um bom tempo...). E resolvi já que estava fora da área de trabalho, que ele seria o priemeiro e único "galã" com quem tiraria uma foto.
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Eu só queria me depilar, estava tarde, eu estava cansada. Só me depilar e ir embora. Mas a depiladora não. Ela queria conversar. Ela esquecia o papel grudado na minha canela pra falar sobre catástrofes, sobre onde o mundo vai parar, sobre a arca de noé, sobre 2012, sobre o fim dos tempos. Ah não moça, por favor. O sofrimento da depilação não basta? Fim do mundo numa hora dessas?
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Não sou alienada não, e minha depiladora não está mais impressionada do que eu com o Haiti por exemplo. Sou é cagona mesmo. E cada vez que falo nesses assuntos me dá tristeza, medo, pânico, pavor e uma vontade louca de estar com as pessoas que eu amo bem perto e não lá longe, e em seguida dá vontade de me jogar de cabeça em tudo que eu acredito ou quero ou sonho, e me dá vontade de ser alguém e de ser de alguém, porque o tempo que a gente passar aqui, seja ele quanto for, tem que valer a pena. Esses dias li o Millôr no Twitter e ele de uma maneira bem simples definiu: "Aproveita a vida, irmão. Já passou mais tempo do que você pensa".
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Não liguem um tópico com o outro, as histórias não se cruzam: não estou querendo ser do Russo até o fim dos tempos!

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