sexta-feira, 25 de julho de 2008

Tarados do google

Matando aquela minha velha curiosidade de saber como as pessoas vem parar aqui, sempre observei que dentre os ilustres desconhecidos visitantes a busca disparada-top-master-blaster é através do google images. Sempre fiquei curiosa, mas só hoje acabei clicando para ver que diabo de imagem era essa que fazia tanto sucesso. Fui abrindo várias janelinhas onde aparecia o google image e... feita a descoberta. Basta digitar lá colegial e lá no topo aparecerão as pernocas aqui. No meio de peitos, bundas e mocinhas nada comportadas.
Parece que esse blog até tem nível. Mas é baixo...

terça-feira, 22 de julho de 2008

Cara A

Há exatos 4 anos um amigo do meu namorado presenteou ele com o CD de um uruguaio ainda pouco conhecido. Ouvi este CD pela primeira vez na estrada rumo a Praia do Rosa, quando ainda achava que aquele uruguaio cantava "Yo soy un moro fudido" e não "judio". Quase que imediatamente o DVD "Eco²" foi parar na prateleira lá de casa e o CD com mesmo nome não saiu mais do meu aparelho de som, com direito a muito repeat em "Todo se transforma". No ano seguinte ele veio a Porto Alegre e eu fui pela primeira vez hipnotizada por aquela voz suave que cantava "Hay tantas cosas yo solo preciso dos...". Os "efeitos especiais" davam um toque diferente ao show, mas, mais do que tudo, aquele cara que conversava com a platéia como se fôssemos velhos amigos é quem era especial. Dois anos se passaram, e veio a separação. A dele e a minha. E com ela, o CD "12 segundos de oscuridad", onde este cantautor seguiu traduzindo os meus sentimentos em cada letra de música e me fazendo concordar com ele que "La vida es mas compleja de lo que parece". Este CD e todo resto da discografia dele me fizeram companhia por mais de meio ano de melancolia.
E então 2008. Passada esta fase tão melancólica, a dele e a minha, surge o lançamento do CD duplo "Cara B" no Festival de Inverno. E sim, repito o que disse aqui há dias atrás: ele valia a fila, o horário e se tivesse chuva, valeria o banho de chuva também. Era mesmo um bilhete premiado.

E talvez por causa desta história aqui resumida, ontem no momento que ele pisou no palco eu comecei a sorrir e quando ele cantou o primeiro verso eu comecei a chorar e assim permaneci durante as mais de duas horas de show, arrepiada até a alma. Aplausos Jorge, de pé.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Não canso de assistir

"A idéia é a rotina do papel.
O céu é a rotina do edifício.
O inicio é a rotina do final.
A escolha é a rotina do gosto.
A rotina do espelho é o oposto.
A rotina do perfume é a lembrança.
O pé é a rotina da dança.
A rotina da garganta é o rock.
A rotina da mão é o toque.
Julieta é a rotina do queijo.
A rotina da boca é o desejo.
O vento é a rotina do assobio.
A rotina da pele é o arrepio.
A rotina do caminho é a direção.
A rotina do destino é a certeza.
Toda rotina tem a sua beleza."

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Palavras

Se existem duas palavras que me assustam, estas palavras são NUNCA e SEMPRE. Talvez porque elas sejam fortes demais. Ou definitivas demais.
Ou porque quase sempre o nunca deixa de ser nunca. Ou por que quase nunca o sempre é realmente sempre.

"Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada e a oportunidade perdida."

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Bilhete premiado

Era isso que dizia hoje na capa do segundo caderno da Zero Hora onde pela primeira vez informaram os horários corretos da abertura das bilheterias pro Festival de Inverno, que traz de volta a Porto Alegre Jorge Drexler. Bastava ele estar na lista pra eu concordar que os ingressos eram realmente premiados.
A mal informada aqui achou que a bilheteria abriria às 9hs e não às 10hs como acabou acontecendo, logo, estava plantada no Teatro Renascença às 8hs em ponto. Ainda bem. Se chegasse mais tarde, meu lugar na fila era lá na rua. Eu e mais vinte e poucas pessoas tivemos o privilégio de aguardar ali dentro, sentados nas cadeirinhas do saguão do Teatro, tomando um café velho ali vendido. Em duas horas já eramos praticamente amigos e talvez por isso quase matamos todos juntos uma dúzia de "idosos" (difícil esta classificação hoje em dia...) que chegaram às 9:55 e que assim que abriu a bilheteria, formaram uma fila especial e privilegiada que passou na frente da centena de pessoas que se aglomerava porta a fora há horas. Com todo respeito, minha educação tem limite. E quem me garante que os dois ingressos permitidos seriam mesmo pra dois idosos? Fora disso, enquanto um único computador vendia nossos tão sonhados ingressos ali, o principal teatro do Festival, cinco deles faziam o mesmo no Teatro do Bourbon, local do Show, ou seja, os assentos da platéia baixa iam desaparecendo numa velocidade incrível. E a minha paciência, aquela que tem bem menos limite do que a minha educação, se esgotando. Somente três horas depois, com meus dois bilhetes premiados na mão, eu voltei a ser uma pessoa educada. Já a paciência... bom, essa demora um pouco mais para ser ativada. Mas nada que ele cantando alguns minutos nos meus ouvidos não resolva.

OBS: depois da confusão, show extra confirmado.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Multicolorido

Confesso.
MORRO de inveja da incrível Jojô e suas buscas fantásticas no Google.
Depois de muitas buscas sem graça do tipo pessoas que param aqui por digitar no Google "kelen", ou muito pior, "plasta", "pingueculite", ou a mais terrível "kelen+serasa" hoje finalmente fiquei feliz. Ao ver a bandeirinha de Moçambique no meu site meter, fui descobrir como esta criatura parou aqui. E tava lá no Google:


Não é lindo? E como justamente esta busca não foi parar no Monocromaticomulticolorido?

Carpinejar

Fui ontem no Encontros com o Professor e o convidado era o Fabrício Carpinejar. Não leio o blog dele com freqüência e talvez ontem tenha descoberto o porquê. Acho que as vezes simplesmente não quero ler aquilo que vai me fazer parar pra pensar na minha própria vida. E ontem em menos de duas horas ele fez isso comigo.

"Não basta amar, o amor tem que ser pontual".
"Nosso maior problema é que trocamos a esperança pela expectativa".

Claro que pra cada uma dessas frases existiu uma história ou uma explicação. Que encaixaram tão perfeitamente comigo, que fiquei sem reação, imóvel, enquanto por dentro meus pensamentos ficaram agitados, dando mil voltas.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Pecadinhos

"Cordeiro de Deus
que tirai os pecados do mundo,
tende piedade dos pecadinhos,
que de tão pequenininhos
não fazem mal à ninguém.
Perdoai nossas faltas
quando falta o carinho,
quando flores nos faltam
quando sobram espinhos."

(do Zeca Baleiro, roubado da Jojô)

Atentado ao pudor

Vou fazer uma coisa que faço raramente aqui: falar de arquitetura. Mas é por uma boa causa, creio eu.
Estou longe de ser especialista no assunto, mas adoro iluminação. E então um dia um tal de Thomas Edison inventou a lâmpada. E uns 100 anos depois, algum gênio inventou a lâmpada fluorescente compacta. Todos devem saber do que eu falo, mas vou dar duas explicações rápidas (e nada técnicas, por que quem faz isso é a Philips ou a Osram) sobre elas.
Posso dizer que é uma lâmpada de rosca, que encaixa no mesmo soquete da lâmpada incandescente, que é muito mais cara do que esta última, mas que consome muito menos energia, ou seja, a médio ou longo prazo pagou-se mais barato. Ou posso dar a segunda explicação: posso dizer que são elas aqueles objetos brancos e fálicos que de uns tempos pra cá começaram a tomar conta de churrascarias, fachadas, halls de edifícios, quartos e qualquer outro lugar onde elas possam ser rosqueadas.
Amigos: eu sei que é uma questão de economia, acho linda essa atitude e o meio ambiente agradece. Mas juro pra vocês: já existem lâmpadas fluorescentes compactas menores ou mesmo em formato bolinha, uma coisa mais querida do mundo. Aquele objeto cilíndrico que se projeta do forro é obsceno, cafona, um verdadeiro horror! E tem mais, elas não precisam ser na cor "branco farmácia", existe a versão amarela com uma luz que reproduz muito melhor as cores e que não dá a sensação de se ter entrado numa câmara fria. Ou melhor ainda: gastem um pouco mais, troquem também a luminária. Existem lindas luminárias pra este tipo de lâmpada, com vidro jateado que esconde o tal objeto branco e fálico!
Sigam meu conselho. E ao mesmo tempo entendam porque os arquitetos estão pedindo um troco para o ônibus: a gente dá dicas, opiniões, até mesmo conselhos de graça, afinal de contas, "é só uma dica", não custa nada! Mas pra instalar a tal da luminária, vocês são obrigados a chamar o maldito eletricista ali de baixo.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Instala-se chuveiro elétrico, tratar aqui

Quando li isto, não sei se tive vontade de ir até a RBS matar a criatura ou dar os parabéns pela conclusão tão certa e realista.

"Conclusão? Deixe de ser óbvia e tire os olhos do arquiteto. O eletricista é que é um homão, trabalha no que gosta, lê nas horas de folga, está solteiro e com a agenda lotada - ou você ainda não confia na ascensão dos prestadores de serviço? O arquiteto está matando cachorro a grito e ainda vai te pedir um troco pro ônibus."

(Martha Medeiros - trecho da crônica "Quando menos se espera")

terça-feira, 1 de julho de 2008

São Paulo, terra boa

São Paulo com estômago de avestruz - fui visitar a FISPAL pela primeira vez. Despreparada para o evento, almocei antes de chegar lá, achando que veria apenas equipamentos para cozinhas e restaurantes. Dei de cara com o maior BL da minha vida. E então, nesta ordem, degustei pão de queijo, cachorro quente, picolé de açaí com leite condensado, muzzarela de búfala, lascas de parmesão, pão com azeites Borges de todos os sabores, vinho tinto, suco de babosa, cebolitos caseiro made in china, cappuccino do Octávio Café, mousse de chocolate branco com damascos, pão de cerveja, azeitonas chilenas, frozen de ovomaltine, bala de coco com iogurte, pure de batatas knorr, risotto a Valligiana Tio João, drink de Saquê Hakusika com chá verde e wasabi, e só. E, putz, perdi a degustação de picolé de mamona e da caipirinha pronta One.

São Paulo com muito dinheiro - não era a minha situação, mas ainda assim, não pude deixar de conhecer o Shopping Cidade Jardim. Um desbunde, palavra que não faz parte do meu vocabulário; assim como o lugar não faz parte da minha modesta realidade (nem de alguma realidade próxima a mim). Até o ar que se respira lá dentro deve ser diferente. Na primeira edição da revista do shopping, que tem como capa a garota propaganda Sarah Carrie Bradshaw Jessica Parker, termos como "original", "eclético", "despojada", "sobriedade", "comodidade" e "modernidade" descrevem o shopping e suas lojas. Eliminaria apenas o eclético. Acho que o foco é ultra direcionado. Ele pode até ser para executivos ou dondocas, artistas ou socialites, mas todos sempre com uma coisa em comum: muita grana. Não é a toa que o pública alvo é o AAA, e o mais perto que chego desta sigla é se estivermos falando sobre pilhas alcalinas. Mas isso não é nenhuma crítica não, é a mais pura inveja. Inveja de quem chegou de táxi e decidiu sair a pé de lá. E como acha a saída? Quem disse que esse Shopping foi feito pra quem vai encarar o metrô?

São Paulo sempre bem acompanhada - de quinta até sábado, uma gripe chegou sem pedir licença e me deixou trancada no quarto do hotel todas as noites. Deliciosa companhia... pra compensar a falta de sorte, no domingo peguei o metrô e encarei uma bela caminhada pra realmente encontrar uma boa companhia: minha mais nova amiga paulistana (o chimas na mão comprova o quão paulistana ela já está). E juntas, muito xingamos os verdadeiros paulistanos (mais de dez no meu caso) que atrasaram nosso encontro por não saberem informar - já dentro do Ibirapuera - onde ficava o MAM! Em compensação bastou chegar perto do apartamento dela pra darmos o braço a torcer pra essa cidade: em uma única quadra mais de dez opções de almoço dos mais variados tipos. Acabamos num bistrô, sentadas numa varanda, ao som de música ao vivo. E com mais uma pitadinha de inveja em mim.