terça-feira, 28 de setembro de 2010

Inspiração

E quando eu menos esperava a inspiração voltou. Sem pedir licença, sem aviso prévio, sem hora marcada, sem me deixar escolhas. E ela é tão intensa, que me deixa desconcentrada. E é tão inesperada, que me deixa assustada. E ao mesmo é tão boa, que me permite sonhar acordada.
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E quando eu menos esperava Grey's Anatomy também voltou. Com aqueles textos matadores que eu adoraria ter escrito.
.:. "Every cell in the human body regenerates on average, every 7 years. Like snakes, in our own way, we shed our skin. Biologically, we are brand, new people. We may look the same, we probably do, but change isn't visible...not in most of us, but we all change, completely, forever.
When we say things like 'people don't change', it drives scientists crazy because change is literally the only constant in science. Energy, matter, it's always changing, morphing, merging, growing, dying. It's the way people try not to change that's unnatural...the way we change to what things were than letting them be as they are. The way we change to old memories instead of forming new ones, the way we insist on believing, despite every scientific indication that anything in this lifetime is permanent. Change is constant. How we experience change, that's up to us. It can feel like death or a second chance at life if we open our fingers, loosen our grips, go with it. It can feel like pure adrenaline, like at any moment we can have another chance at life... like at any moment, we can be born all over again."
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E quando eu menos esperava a mudança começou. Sem pedir licença, sem aviso prévio, sem hora marcada, sem me deixar escolhas. E ela é tão intensa, que me deixa desconcentrada. E é tão inesperada, que me deixa assustada. E ao mesmo é tão boa, que me permite sonhar acordada.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

sábado, 25 de setembro de 2010

Cem

Tudo começou ontem. Logo cedo, numa sala de espera, li uma reportagem sobre se livrar de coisas que não servem mais, deixar o velho, dar espaço para o novo. Fui ao shopping logo depois disso e por meia dúzia de vezes quase caí, escorregando no piso por causa do salto da minha bota. Virei o pé, olhei o salto gasto e desgastado (tal qual a própria bota) e entrei na primeira loja que cruzou no meu caminho. Bota preta, promoção, modelo básico, R$59,90. Paguei, sentei no banquinho dentro da própria loja e não tive dúvida: arremessei a bota velha no lixo. Essa foi a primeira das cem coisas que joguei fora em seguida. Hoje pela manhã, a faxina começou cedo:


2. Um rabo quente que deixou tudo que esquentou com gosto de plástico derretido;
3 e 4. Dois aparelhos de mosquitos que não me arriscaria colocar novamente na tomada;
5, 6 e 7. Três pacotinhos guardados há mais de ano. Dentro deles, sementes de girassol que em breve brotarão no meu "quintal";
8, 9 e 10. Posters enrolados saíram do canudo e vão parar na Bella Vista Molduras. Dar uso, também conta. Principalmente quando se trata de uma Monalisa de Bottero que ganhei de presente há 13 anos;
13. O canudo onde estavam os posters;
14. Cartolina e papeis coloridos estão num cantinho para serem doados para alguma escolinha; se em um mês não tiverem destino, lixo;
15. EVA de todas as cores aguardam o mesmo destino dos papéis coloridos;
16. O meu porta canudos do tempo da faculdade, onde já não existiam mais canudos;
15 e 16. Dois pares de chinelos;
17. Uma mochila que ganhei em uma corrida, para colocar os chinelos. (vou adorar quando as organizadoras entregarem o Kit sem mais uma mochila para a minha coleção);
18 a 28. Onze revistas que folheei rapidamente para ter certeza que nunca vou ler de verdade; deixei de reserva a Beyonce estampada na última Nova e na Última Shape; uma semana para estarem lidas, pelo menos o importantíssimo "sexo lacrado" da Nova, se não: lixo;
29. Um puxa saco com os elásticos vencidos;
30. Uma caixa de sucrilhos retrô desmontada foi montada e virou objeto de decoração, também conta;
31. A agenda eletrônica que ganhei num concurso do Serenata de Amor na época em que eu lia Capricho. Com certeza as pessoas ali registradas já mudaram de telefone;
32. Um carregador de pilhas estragado;
33. Um escalímetro com os números apagados;
34. Uma carteira vencida da Unimed (que deve ser substituída por uma “valendo”com urgência);
35. Uma pilha de recibos de táxi que nunca entreguei;
36. Um bolo de notas da minha última mudança que nunca somei;
37. Alguns cartões dos escritórios que não trabalho mais;
38. Um lápis borracha que entregou a minha idade;
39. Um ticket do metrô de São Paulo saiu de um potinho qualquer e foi para minha carteira; agora ele vai ter um pouco mais de chance de ser usado e deixar de ser lixo;
40. Conjunto de pincéis de maquiagem que ganhei no Hortifruti no dia da mulher (na única vez que usei um deles, cortei a pálpebra);
41. Uma pilha de letras de música impressas;
42. Outra pilha de adesivos de propaganda;
43. A pasta com elásticos vencidos onde guardava isso tudo;
44. Um mapa de Gramado onde a rua que eu morava não aparecia;
45. Faturas e contas pagas de 2009 para trás;
46. Um soquete com fio e sem tomada;
47. Uma meia calça branca que um dia seria uma luminária, provavelmente junto com o soquete com fio e sem tomada;
48. Uma caixinha de papelão da Trópico com mensagens tri do surf, coisa que eu não sou há uns vinte anos (se é que aquilo que eu fazia há 20 anos era ser do surf);
49. Um punhado de tic-tacs descascados;
50. Outro punhado de grampos sem ponta;
51. Um papel com preços de tratamentos estéticos que eu nunca vou fazer;
52, 53 e 54. Três chaveiros feitos por mim;
55. Um monte de penas coloridas que vieram do Club Med numa promoção de carnaval;
56. Uma máscara de oncinha versão cor de rosa;
57. Um tubo de ensaio;
58, 59 e 60. Três conjuntos de pulseiras descascadas;
61. Um colar;
62, 63 e 64. Três brincos sem par;
65 e 66. Dois pares de brincos desbotados que já deram tudo que tinham para dar;
67. Um fio de nylon amarelado onde havia um pingente; salvei o pingente;
68. Um prendedor de cabelo que nunca conseguiu prender o meu cabelo;
69. Aproveitando a deixa, camisinhas vencidas;
70 e 71. Duas meias porta celular nunca usadas;
72. Uma nécessaire (as outras 14 que restaram me bastam);
73, 74, 75 e 76. Quatro peças de biquíni avulsas (24 completos me bastam);
77 e 78. Dois sutiãs;
79. Uma capa de bloco de anotações sem o bloco de anotações;
80. Uma niqueleira;
81. Álbuns de fotos vazios, modelo Kodak;
82. Muitas fotos mal tiradas, escuras, cortadas, sem nada para mostrar pra ninguém;
83. Negativos, montanhas deles;
84. A caixa que guardava os negativos;
85. Uma faixa de cabelo;
86. Uma tiara que dava dor de cabeça;
87. Uma fronha velha;
88. Uma meia de dormir que caia do pé;
89. Alguns talheres de plástico;
90. Um vidro de remédio para tosse. Vazio;
91. Um vidro de esmalte. Vencido;
92. Um tirador de cutículas. Sem fio;
93. Um bolo de cartão de visitas. Na verdade todos que estavam numa caixa que nunca precisei abrir;
94. Meu crachá de obra do Barra Shopping. (já inaugurou, né?)


E como a limpeza vai além do lixo, tentei jogar fora também, algumas coisas que ocupam um lugar desnecessário dentro de mim:


95, 96 e 97. Três pessoas, a quem eu não quero mal mas que ficam ainda melhores longe de mim;
98, 99 e 100. Três culpas, que carreguei por anos nas costas e que decidi jogar fora nesta faxina.


Algumas coisas são mais fortes do que eu. A minha carteirinha do Tênis Clube de Gramado (se fosse pela minha foto, nem me deixariam entrar). Um pôster de um labrador preto com o livro "A fugitiva" na boca que peguei quando fui fiscal de vestibular. Todas as fitinhas de Nosso Senhor do Bonfim que recebo e que moram em um pote fechado. Quatro reais do último Boteco Bohemia. Dezenas de brincos, de hippie a perua, que eu imagino um dia usar. Perdi as contas de quantos chaveiros. Tecidos, fitas e missangas a espera do meu dom para o artesanato se manifestar novamente. A bola miniatura do Sr. Wilson. O meu crachá do Projac. Pedras e peças perdidas com formatos diferentes, coisas que definitivamente não servem para absolutamente nada. A caixinha do meu Ipod. Meus desenhos e pinturas do curso que fiz há 25 anos. Dois jogos americanos de crochê feitos pela minha vó. E a coisa mais forte na minha casa: um pé da minha Melissa Preta Campana, o outro se perdeu. Não sei se é o quanto ela me acompanhou, ou se é uma síndrome de Cinderela a espera do príncipe ou talvez uma simples e remota esperança de encontrar o seu par. Ela, como todo o resto que foi mais forte do que eu,  vão continuar ocupando seu espacinho por aqui, mesmo que não sirvam para nada. Mas o espaço que eu liberei jogando as outras cem coisas fora imploram por coisas novas no lugar delas. Principalmente no lugar daquelas que tirei de dentro de mim.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

You’re my darling angel

Almoçava no Ocidente sozinha, distraída nos meus pensamentos. Quando levantei pra pagar, uma guriazinha de seus 8 anos que estava na mesa ao lado e que eu nunca havia visto antes, levantou e segurou o meu braço. Virei para trás e ela me disse calmamente:

- Tu tá com uma carinha tão abatida!


Eu, que tinha saído tão feliz de casa, me assustei e fiquei imaginando com que cara eu estaria, mas automaticamente sorri.


- E agora, melhorou?
- Agora sim.
- Que bom! Como é teu nome?
- Muriel.
- Obrigada então Muriel.


Fui embora me perguntando o que os meus olhos teriam dito para ela em segredo. Se Muriel não é nome de anjo, deveria ser.
 
"Spend all your time waiting
For that second chance
For a break that would make it okay
There's always some reason
To feel not good enough
And it's hard at the end of the day

I need some distraction..."
(Angel)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Comparações

- Odeio política.
- É um mal necessário, Kelen...
- Exame de próstata também é um mal necessário e nem por isso tu é obrigado a achar legal.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Opções

E depois de uma tarde bastante atribulada, a chefe pergunta:

- Pra ti seria melhor não ter esta reunião amanhã, né?
- Na verdade pra mim seria melhor mesmo embarcar pro Havaí amanhã, mas nem sempre a gente pode escolher a opção desejada, né?

TPM

O universo saca que tu tá em TPM e conspira a favor. Da TPM.

domingo, 12 de setembro de 2010

Em forma

Minhas pernas estão sugerindo que eu pendure os tênis de corrida de uma vez e parta para um novo esporte. Canastra, talvez.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Comercial

Novo biscoito Tostines Água e Sal. Mais fininho, mais crocante. E muito mais fácil de se espatifar ao passar manteiga nele.

Dados do IBGE

Fui eleita pela mocinha do IBGE a moradora com a melhor trilha sonora do dia. E devo ter sido a mais sensual também, já que atendi ela pela janela, enrolada numa toalha.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Técnicas

A única forma de ter chocolate em casa e não comer eles todos os dias é comer todo ele num dia só.

Sem eira nem beira

Aeroporto, sexta-feira de manhã. Despacho minha bagagem.

- Senhora, algum frasco com mais de 100ml? Seu vôo é de procedência internacional.
- Só meu xarope para tosse, vou despachar. Os outros são menores de 100ml.
- Então sem problemas.


Raio-X. Frascos menores de 100ml detectados.


- Senhora, a senhora deve despachar estes frascos ou trazer embalados em plástico incolor.
- Mas eu acabei de falar com a Gol e me falaram que com estes não tinha problema!?
- A senhora pode retornar e reclamar com a Gol...
- Claro. (e eu posso também dar um cruzado de direita nessa tua cara)


Nada como um feriadão pra relaxar...
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Sushi com cerveja, churrasco com cerveja, camarão com cerveja.
Sopa de peixe com vinho branco, massinha com vinho tinto.
Carreteiro queimado com champanhe, ostras gratinadas com caipirinha.
Amigas. E conversa, muita. De amores e de separações. E de banheiros sem descarga e sem papel higiênico.
.:.
Aeroporto, terça-feira a noite. Desembarco. Fila pro táxi interminável, dupla fumando na minha frente, vento jogando a fumaça pra trás. Respiro fundo. Não, nem respiro. Nada como um feriadão pra relaxar... quando é o próximo mesmo?