quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Tele Cine Pipoca

Ontem o marido me esperava na cama pra assistir Freddy x Jason. Hoje era pra assistir um filme do Van Damme. Vejo uma espécie de evolução. Em uns dois anos ele deve me esperar com uma coisa tipo Um lugar chamado Notting Hill!

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Almas Gêmeas

Passeava eu na rua quando o pessoal de uma obra chegava pra trabalhar. Um deles olha pra mim com aquela cara que o pessoal de uma obra costuma olhar. Automaticamente a Panqueca rosna e ameaça avançar. Puxo ela e ouço o cara falar:
- Nossa, o que eu te fiz, cachorrinha!
Ao que eu respondo:
- Bastou olhar! Ela é invocada, só isso já é suficiente pra ela não gostar e rosnar!
E assim que a frase chegou ao fim já não sabia mais se eu estava falando da Panqueca ou de mim!

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Somente em uma agência, senhora

Bancos em greve: um ótimo momento para a atualização do módulo de segurança do Banco do Brasil entrar em ação e me fazer bloquear a senha de acesso. Depois de passar os meus dados, da minha empresa, do meu tataravô e explicar a situação, pergunto:
- Como posso desbloquear a senha?
- Somente em uma agência, senhora.
- Certo, mas elas estão todas em greve.
- Compreendo, somente em uma agência, senhora.
- Eu não posso esperar o fim da greve para acessar a minha conta, entende?
- Compreendo, somente em uma agência, senhora.
- Deve existir alguma outra maneira!
- Compreendo, somente em uma agência, senhora.
Tenho certeza que se eu dissesse bem alto "Então vá tomar no meio do seu * " a resposta seria "somente em uma agência, senhora!"

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Pôr do sol no Dilúvio (ou depois dele)

A gente reclama diariamente da CEEE, do DMLU, do prefeito, do governador, da presidenta, acho que ultimamente só o Papa se escapa. Mas hoje eu preciso elogiar. Os técnicos da CEEE pendurados pelos postes da cidade pra consertar os estragos ainda abaixo de chuva. Os garis que estão a mil pelas ruas tentando juntar o que a chuva (e as pessoas) espalharam por aí. A galera super disposta e organizada levando e recebendo doações no Tesourinha. Depois de uma noite assustadora até pra quem tem um teto bem seguro e que teve como maior problema acordar sem luz, sem água, sem celular e sem internet, e não sem casa, fiquei emotiva vendo essa gente toda na rua. Até o Dilúvio ficou bonito com esse sol que resolveu dar o ar da graça pra melhorar o nosso dia e o nosso astral.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Vidente

Decido ir pro banho certa de que vai faltar luz no exato momento em que eu estiver ensaboando os cabelos. Devo ser meio vidente. E completamente estúpida.

sábado, 10 de outubro de 2015

Supermercado

Depois de cruzar por diversos casais pelos corredores do super, com mulheres falando até com as embalagens e as verduras, enquanto os homens se alternam entre empurrar os carrinhos em direção ao corredor das cervejas ou ir pra fila do açougue, morri de saudades do meu marido lá longe (pra fazer exatamente a mesma coisa).

Modernidade

Meu pai, que está passando uns dias na casa da minha irmã enquanto ela viaja, conta pelo whats app (o que já é um tanto moderno) a conversa que teve com o neto, meu afilhado João, ao se despedir:

- Vou sentir saudades de te dar um beijo de boa noite antes de dormir!
- Não tem problema vô, me manda um abraço pelo whats app!

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Estocando

Seguindo a onda da nossa presidenta e na falta de conseguir estocar vento, estou estocando algumas postagens sobre a chuva para ler quando der vontade de postar mais alguma coisa sobre a chuva mas souber que já encheu o saco tanto falar de chuva (ainda que o que tenha enchido mesmo o saco tenha sido a própria chuva):
* Chuva com poesia: Vou hibernar. Me acordem quando o sol voltar.
* A chuva é tão sacana que chove até quando nem tá com tanta vontade assim de chover só pelo prazer de molhar.
* Se por algum segundo eu conseguir esquecer que está chovendo, meu feed do Facebook automaticamente irá me lembrar.
* Esse tempo assim chuvoso com um jeito tão Londrino deve ser ótimo, em Londres.
* É melhor reclamar da chuva do que ser sapo.
* E cada vez que alguém diz que é Primavera a chuva chora de rir.

Troca de favores

Indicada por amigas, uma pessoa entrou em contato para demonstrar um equipamento maravilhoso de limpeza. Não sou lá a mais pacienciosa com este tipo de demonstração, mas em respeito as amigas que indicaram e à frase "só a demonstração já vale a pena!" que acompanhou a indicação, topei a empreitada. Ontem, em meio a chuvarada que caía, a demonstradora entrou em contato dizendo que estava com muita dificuldade de deslocamento. Eu (um tanto aliviada) disse que não havia problemas, voltaríamos a marcar em outra data. A noite ela fez contato tentando remarcar para hoje, mas eu disse que infelizmente não poderia, ficaria para semana que vem. E aí não me contive e adiantei: preciso ser sincera, o preço não cabe no meu bolso. Ao que ela respondeu:
- Não tem problema, eu preciso de qualquer forma estar demonstrando o produto para divulgá-lo pelo Brasil.
Depois disso só me ocorreu uma pergunta: não gostaria então de estar demonstrando ele uma vez por semana na minha casa para cumprir sua missão?

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Fracasso

Às vezes me emociono e acabo me inscrevendo para em newsletters de sites demais. Referências de arquitetura, tendências de design, dicas de iluminação, foco em empreendedorismo, slow food, viagens, entre outros. Tempos atrás entrei na onda de descobrir o meu propósito. E lá se foram uns quatro sites ou blogs que passaram a me enviar dicas motivacionais, videos, encontre seu propósito, descubra seu eu interior e daí por diante. Um deles era chato e repetitivo, me sentia lendo um livro de auto ajuda diariamente (os outros também fazem isso, mas disfarçam melhor). Não tive dúvidas: cancelar assinatura. Inspirei aliviada e quando expirei entrou uma nova mensagem na minha caixa de emails:
"Você desistiu? Será mesmo que foi isso?"
Obrigada amiga! Tava precisando mesmo me sentir uma fracassada nesta quinta-feira chuvosa por cancelar uma maldita assinatura de e-mail!

terça-feira, 6 de outubro de 2015

La garantia... no hay

Saí de casa hoje disposta a descobrir novos negócios ao meu redor, levando a sério a proposta do "compre do pequeno" e "compre no seu bairro". Após deixar as roupas naquela lavanderia de sempre, adotei um novo sapateiro que fica pelos arredores e já ia pegar o ônibus para fazer o que só poderia ser feito em outro bairro, quando passei por uma ótica e decidi também adotar esse serviço mais próximo de casa:
- O senhor poderia dar uma olhada nesses óculos? Já consertei diversas vezes e a haste segue caindo.
- Deixa eu dar uma olhada.
Pegou um mini parafuso com uma super pinça, fixou a haste e em meio minuto estava pronto.
- Feito? Quanto te devo?
- Dez reais.
- E tu me garante que não vai cair de novo tão cedo? Já paguei dez reais umas dez vezes.
- Chega em casa, pega um palito, molha num esmalte incolor e coloca em cima do parafuso.
- Aí o senhor me garante que não vai cair de novo?
- Não posso garantir porque não sei se tu vais fazer o que eu tô te falando.
- Então o senhor poderia ter aqui o palito e o esmalte e fazer o senhor mesmo, né? Aí poderia dar a garantia.
- Mas isso é receita caseira, não posso fazer aqui! É como quando o médico dá uma receita de medicamento por escrito mas fala de alguma erva milagrosa. Essa parte ele não escreve, né? Se não funcionar, ele não se comprometeu.
Saí certa da minha não garantia. Mas ainda assim atravessei a rua e comprei um esmalte incolor em uma das farmácias do bairro.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

As rosas

Era uma vez uma senhora. Voltava lentamente para sua casa naquela manhã de domingo quando deparou-se com algumas rosas sobre a lixeira. Engraçado. Pareciam aquelas que decoravam sua casa dias atrás, o que estariam fazendo ali? Recolheu e as devolveu para o vaso que repousava vazio sobre a mesa. Uma casa sem flores não era uma casa de verdade.
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Era uma vez um casal. Naquele domingo comemoravam cinco anos juntos. Ele acordou cedo, deu sua corrida matinal e ao voltar preparou um delicioso café da manhã que levou na cama para os dois. Comeram e riram antes de levantarem preguiçosamente. Ao chegarem à sala, ela reparou que havia um bouquet de rosas repousando sobre a mesa. Jogou-se nos braços dele declarando todo seu amor. Ele não entendeu nada; havia achado aquelas rosas em cima da lixeira quando voltava da sua corrida e decidiu leva-las para casa. Ao revelar isto a ela, o bouquet retornou imediatamente para o mesmo lugar de onde havia sido retirado. Não voltaram a falar naquele dia. 
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Era uma vez outro casal. Naquele dia eles não comemoravam nada, mas mesmo assim ele chegou em casa no sábado a noite com um lindo bouquet de rosas. Ela olhou desconfiada, alguma coisa estava errada. Ele nunca havia dado flores para ela, muito menos sem motivos. Pediu que ele confessasse o que estava acontecendo, quem ele havia conhecido? Desde quando isso vinha acontecendo? Bem que ela tinha notado que ele andava se cuidando demais. Meu Deus, de onde ele tirara aquela maldita ideia de recolher aquelas flores que estavam sobre o lixo? E o que fazer agora, já que contar a verdade poderia ser ainda pior do que dizer que não a estava traindo? Decidiu fingir uma fúria súbita, virou as costas sem dizer uma só palavra, bateu a porta e deixou as flores novamente sobre a lixeira.
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Era uma vez uma diarista que fazia a limpeza da casa de uma senhora aos sábados a tarde. Quando estava indo embora, reparou que as flores do vaso já estavam um pouco murchas e precisavam ser trocadas. Ao sair apressadamente, deixou-as sobre a lixeira da rua, que mal haveria de ter?

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Vinte minutos

20 minutos quando estamos atrasados pra terminar um projeto = Merda, acabou
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20 minutos quando estamos fazendo ressonância magnética = Fechou a porta, começou o barulho, já quero me mexer, o fone além de não servir pra nada tá me machucando a orelha, esse braço aqui em cima não ficou bom. A placa do forro tá mal encaixada, será que são todas iguais? São, mas o instalador colocou algumas invertidas. Que saco essa PAR 30 em cima da minha testa, porque não reduzem a luz? Vou contar 20 vezes até sessenta pra ver se passa mais rápido, um, dois, três, quatro, cinco, enjoei. Que barulho bizarro que parece repetir limpalimpalimpa. Mas se eu prestar atenção muda e parece paninhopaninhopaninho. Saco de coceira na perna, meu pé dormiu, que posição desconfortável. Fazendo um exame que o médico só vai ver daqui a duas semanas, que secretária bem grossa, só arquiteto pode tirar dúvida por whats app? E se eu tiver quebrado o pé? Olha, mudou o barulho, agora parece etaetaetaeta, saco, veio a música do Caetano na cabeça, é a lua é o sol é a luz de Tietaetaeta. Merda, não vou parar de cantar essa música o resto do dia. Por que não colocam um cronômetro nesse lugar? Quanto tempo já passou? Será que minha irmã já chegou na Alemanha? Por que não colocam uma TV no forro? Acho que nunca vou conseguir meditar e aquela porra toda de não pensar em nada, é impossível. Me atrasei pro almoço, vou me atrasar pra obra, não vai dar tempo de fazer nada de tarde, tô ferrada amanhã. Não posso esquecer de passar pelo menos um batom quando sair daqui. Mudou o barulho, parou. Será que acabou? Bah! Finalmente!