sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Cara ou coroa

Há dias vem sendo difícil encontrar nas minhas próprias palavras uma maneira de conseguir expressar o que eu estou pensando e sentindo. Ficou muito mais fácil fazer isso através de uma letra de música, um texto de um livro, uma frase encontrada na Internet. Mas a angústia e a ansiedade me fizeram buscar ajuda pra tentar encontrar a paz e a tranquilidade que eu tanto preciso e que, infelizmente, só as letras do Jorge Drexler não conseguem me dar.
A ajuda veio dos amigos, do lado profissional e do lado místico. Veio de quem me conhece, de quem está tentando me conhecer e de quem (até que se prove o contrário) me desconhece. E ela trouxe respostas; mas também me trouxe muitas outras perguntas. Me fez lembrar de tudo que já é conhecido e tentou me fazer acreditar no desconhecido. Fez eu ouvir a minha própria voz e só assim entender o que ela está dizendo. Mas mais importante do que qualquer uma dessas coisas, toda essa ajuda me fez ter certeza que eu não quero viver do passado, por mais que ele possa me ensinar e nem quero prever o futuro, por mais que ele possa me surpreender. Eu quero mais do que nunca viver no presente. E só.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Falsos cognatos, estranhamentos, mais Marisa Monte e uma cordilheira

estranho
port/port
estrangeiro, externo; sem qualquer ligação com; esquivo; extraordinário, surpreendente; impróprio.

te extraño
esp/port

sinto saudades de você

.:.
Num final de semana pra lá de incomum, onde flagrar um obreiro assoviando Marisa Monte* foi uma das coisas mais normais, nada mais me estranha.

*"...eu gosto de você,
e gosto de ficar com você,
meu riso é tão feliz contigo..."
.:.
Por dica de Jojô e não só por ela ter dito que era bom, mas especialmente por ter lembrado de mim por causa da personagem do livro, e ainda mais, por causa de ironias e coincidências deste tal de destino, acabei pegando emprestado e lendo em três dias o livro "Cordilheira", do Daniel Galera. Alguns trechos dele estavam sublinhados pelo leitor anterior e me fizeram pensar. Eu mesma teria sublinhado outros tantos trechos que provavelmente também fariam ele pensar. 

"O livro tem a qualidade de apresentar uma voz feminina crível, delineada com sensibilidade. Está na figura de Anita a chave do que o romance tem de melhor, uma personalidade complexa, com desejos conflitantes e que refletem à perfeição um dos temas centrais da obra de Galera até agora, a falta de um sentido para uma geração jovem sem interesse em cumprir as expectativas alheias, algo que já se via em Até o Dia em que o Cão Morreu e em Mãos de Cavalo."
(Carlos André Moreira, Zero Hora)

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Tarde, já de manhã cedinho

Algumas perguntas nesta vida simplesmente não tem respostas. Especialmente aquelas que começam com "por que", onde eu sou o "sujeito" da frase.

"...e eu já não me sinto só,
tão só, tão só,
com o Universo ao meu redor..."

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Momento reflexão

(Vou escrever uma coisa meio brega, levemente cafona, ou no mínimo parte de um capítulo de um bom (?) livro de auto ajuda. Mas vou escrever mesmo assim.)

É incrível como um único final de semana consegue representar o que é a vida da gente.
Um dia é de chuvas e trovoadas, sem perspectivas de melhora, nenhuma pontinha de esperança como por exemplo uma estrela brilhando no céu; tudo que conseguimos enxergar são nuvens cinzas, um mar revolto e muitas poças de água enlamaçada.
E sem nenhum aviso prévio, o outro dia amanhece com um sol que seca as estradas, expulsa as nuvens do céu, e tranquiliza aquele marzão que tem o poder de lavar a alma da gente.
Eu sabia que esse post ia soar meio brega. Mas a vida às vezes é um pouco assim, não?
"...pies detrás de pies, no hay otra manera de caminar..."

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Táxis, chaves e uma pessoa fumegante

Ela entra numa tal maré de má sorte que não tem fim. Viagem a trabalho marcada, 5 dias em São Paulo. Um dia antes deixa cair a chave dentro de um táxi. Quando se dá conta o taxista não está mais ali. Só lembra da chave à noite, quando não tem como entrar em casa. Lembra de que ponto era o táxi, liga pro 102, pede o número, liga pro ponto do Hospital Conceição, pede pro moço que atende pelo taxista que tem uma Zaffira, ou Meriva, ou uma coisa dessas, ele fala, "Ah é o Anderson, o Graveto, não tá", "Tem celular?", "Não, não tem celular dele aqui". Desiste do taxista, apela pro chaveiro. Pede pra vizinha abrir a primeira porta e já aproveita e pede pra abrir a segunda, chama o chaveiro pra abrir a terceira e a quarta portas enquanto o pé tranca a primeira que não pode se fechar. Já aproveita e faz uma chave da quarta porta e só desta. Pede pra outra vizinha deixar a porta em comum aberta e pra terceira vizinha, pede uma chave lá de baixo emprestada. E só nesta brincadeira se vão 80 reais. Volta de São Paulo, não consegue falar com o Graveto, entra em casa, deixa a mala e vai passear, bate a porta que a vizinha deixou aberta, fica sem ter como entrar em casa, monta num porco, fica até às nove na rua, às nove, dá jeito de bagunçar a vida sentimental recém organizada, chora, volta pra casa; a vizinha deixou a porta aberta. Um dia depois, Graveto liga e devolve todas as 14 chaves, cobra 10 pila pela corrida, ela dá 20. Mal sabe ele o que causou não ter essa chave; 20 pila saiu barato...
.:.
Respira fundo e vai em frente. Um dia de cada vez. Encara a bike abandonada para ir até o Shopping. Vai no posto, enche pneus, liga o I-pod e vai pedalar contra o vento pra esvaziar a cabeça. Quase chegando no shopping, uma mocinha sem noção da largura da rua praticamente leva o braço dela com o retrovisor. Ah se fosse só isso, aquele roxo não abalaria tanto. Anda mais dez metros e a bicicleta trava, o pneu tá no chão. Empurra a bike até o posto da esquina, descobre que o pneu furou e que a borracharia está fechada e de brinde leva uma cantada do típico velho-tarado-com-carrão-que-acha-que-tá-podendo e que quer levar ela e a bike pra casa, faz cara de nojo, cai fora. Tenta pedir socorro pro amigo de fé, que está sem carro. Pra amiga de fé, que está no cinema. Decide que não vai mais chatear ninguém e empurra a Bike em direção ao Outback. "Não senhora, bicicletário só do outro lado". Empurra a bike até a frente da CeA. "Não senhora, bicicletário só lá embaixo". Chora. Chora muito enquanto a Colbie Caillat canta nos seus ouvidos. Empurra a bike até o Mc Donalds. "Não senhora, bicicletário só no estacionamento coberto". Controla todos os impulsos e não arremessa a porra da bicicleta no chão. Vai ao shopping pagar duas contas, a primeira já não pode, excedeu o limite de pagamentos do dia. 21:35, shopping fechando às 22:00. Vai no banco, saca dinheiro, vai primeiro na segunda loja pagar a segunda conta (que já havia sido paga, mas que a loja não considerou paga e que tem que ser "re-paga"). Tira senha, espera, se irrita, é chamada. O moço tem que ligar pra central pra resolver o problema. 21:45. Não vai dar tempo pras duas contas. Manda avisar que vai entrar ali depois das 22:00 pois vai voltar e pagar a primeira conta. Corre até o outro lado do shopping, paga a conta, volta correndo. Espera. 22:20. Resolvido, mas nada feito, tem que voltar segunda, todos os caixas já fecharam. Chora, chora muito e controla todos os impulsos e não quebra a loja toda. Atravessa o shopping, busca a bike, para na frente do Nacional e pede um táxi. Pra dois, pois a bike vai junto. Os olhos inchados convencem o taxista a levar as duas, por 5 pila a mais na corrida. Topa, vai para casa, a corrida dá 11 pila, ela dá 20. Mal sabe ele o que poderia ter acontecido se ele não levasse ela em casa, 20 pila saiu barato...

Somos quem podemos ser

"Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos."

Eduardo Galeano

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O homem que canta a trilha sonora da minha vida

Sempre.
Quando está quente ou quando fica muito frio.

Soledad,
Aqui están mis credenciales,
Vengo llamando a tu puerta
Desde hace un tiempo,
Creo que pasaremos juntos temporales,
Propongo que tú y yo nos vayamos conociendo.

Aquí estoy,
Te traigo mis cicatrices,
Palabras sobre papel pentagramado,
No te fijes mucho en lo que dicen,
Me encontrarás
En cada cosa que he callado.

Ya pasó,
Ya he dejado que se empañe
La ilusión de que vivir es indoloro.
Que raro que seas tú
Quien me acompañe, soledad,
A mi que nunca supe bien
Cómo estar solo.



quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

¿Cómo se dice...?

Dias antes de ir passar o fim de ano no Uruguai, meu estagiário perguntou qual era a graça de ir pra lá se era mais longe, mais caro e tinha a água do mar mais gelada que Santa Catarina. Não necessariamente nesta ordem, mas vamos lá.

Não passamos pelo Chuí para chegar em Floripa ou mesmo ali em Garopaba.
1x0 Uruguai


Melhor ainda, passamos longe da BR101 e de todos os seus buracos e caminhões (e na situação atual, enchentes!) para chegar ao Uruguai.
2x0 Uruguai

O mercadinho mais fuleiro possível de qualquer uma das prainhas entre o Chuí e Punta Del Este vai ter um freezer abarrotado de Conaproles e Patrícias.
3x0 Uruguai

As padarias deles tem muito mais que “cacetinhos”. Tem media lunas rellenas. Tem enpanadas. Tem facturas con dulce de leche.
4x0 Uruguai

O simples fato de estarmos em outro País, ainda que nosso vizinho e tão pequenino, torna a viagem muito mais divertida. Difícil explicar, mas uma placa escrita em espanhol, uma bicicleta encostada em uma parede descascada, uma vespa estacionada em frente a uma fruteira, ou até mesmo um carro caindo aos pedaços, tudo isso se torna a fotografia perfeita no Uruguai. A estrada tem uma luz especial que torna a viagem deliciosa.

5x0 Uruguai

Sem falar na língua. Chega ser engraçado ver eles falando o praticamente nosso “Hola, que tal!”. Ou descobrindo que nem tudo precisa de novas letras para ser dito em espanhol, como no dia que fui, fazendo mímicas, pedir o fósforo emprestado obviamente quase pedindo por "fuesforos", mas resolvendo antes encarar o “¿Cómo se dice...?” (ainda fazendo gestos), ao que a uruguaia respondeu “Fósforo? En español? Fósforo!”.
6x0 Uruguai


Eu sei que não é só lá, mas lá tem o pôr do sol no mar. Ah, o pôr do sol de La Paloma, é um presente a cada final de dia. E se for um pôr do sol nas areias de La Balconada,depois de uma manhã em Jose Ignacio, uma tarde em Punta, comendo uma empanada e tomando uma Patrícia geladaQue vento, que mar gelado que nada! É uma goleada!






domingo, 4 de janeiro de 2009

Viva la vida !

"Esqueça o dia de ontem. Budha Khe Ri é muito mais que uma marca. É um estado de espírito. É um beijo na chuva, é festa na beira da praia, um brinde com a galera. É viajar sem sair de casa. Esqueça o dia de amanhã. É não ter medo de ser feliz. Experimentar. É ter muita sorte. É viver cada momento da maneira mais intensa possível, é ter mais sonhos que arrependimentos. É se entregar a vida. Viva hoje. É chegar no final e ver que valeu a pena. É entender que toda a distância do Universo está aqui e todo o tempo é agora."


















(Kelen veste camiseta "Strawberry Fields Forever", a música treze da coleção de verão 2009 Budha Khe Ri; roubou descaradamente este texto da etiqueta da camiseta e pretende segui-lo ao pé da letra neste ano que se inicia).
Feliz 2009!