sexta-feira, 30 de novembro de 2007

My brother

Esses dias lendo um blog, vi uma amiga falando dos irmãos dela. E tive que comentar que a gente ama tanto eles, que chega a doer. Um dos meus irmãos vai amanhã passar mais de três meses nos Estados Unidos. O meu Alemãozinho, que de inho já não tem mais nada, tá realizando um dos sonhos dele que é parte dos meus sonhos também. O mesmo Alemão que numa das últimas vezes que vi, me viu chorando e me abraçou e fez carinho e cafuné e me disse que qualquer coisa que eu precisasse era só chamar ele. O mesmo Alemão que podia ser meu irmão gêmeo, não fosse ele Alemão de olhos verdes. O mesmo Alemão que eu ia ver daqui a pouquinho, se uma criança não resolvesse nascer nesse momento e fizesse meu pai assistir uma cesariana e tivesse que mudar a viagem Gramado/Porto Alegre para amanhã, quando não vou estar aqui.
Pois saiba por aqui, Alemãozinho, que não tem telefone nem post que transmita minha felicidade de te ver indo realizar esse sonho e a minha tristeza por não poder te dar um abraço muito apertado e chorar mais uma vez no teu ombro. Então, choro em cima do teclado mesmo e vai por aqui meu recado: te cuida, te diverte, te amo. O Natal desse ano não vai ser o mesmo sem ti.

Mulheres...

Elevador do Iguatemi. Eu e dois amigos adolescentes.
Toca o telefone de um deles. Volume alto o suficiente para escutar a conversa toda:

adolescente - Alô.
do outro lado - Onde tu tá?
meu pensamento - (certo que é a namorada pra começar com esta pergunta antes de dizer oi)
adolescente - Tô aqui no Iguatemi.
do outro lado - Fazendo o quê???
meu pensamento - (é, ela não vai mesmo nem dizer oi)
adolescente - Ué, vim aqui, tô dando umas voltas.
do outro lado - Mas a essa hora????
meu pensamento - (ai criatura, só tá ele e uma amigo, periga até estar comprando um presente pra ti, sua otária!)
adolescente - Sim, saí do cursinho, o que é que tem???
do outro lado - Não sei. Muito estranha essa história.
meu pensamento - (meu Deus, que bicho burro. E pior. Eu sou igual)

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Gigante

Há pouco menos de um ano não pude assistir ao jogo do Inter contra o Barcelona. O coração quase parou durante os jogos contra o São Paulo, como é que eu ia suportar aquilo? Os 107 minutos de sofrimento que passei dentro de um apartamento vazio, sozinha, sem rádio nem TV, foram compensados hoje. Durante quase duas horas dentro do cinema acompanhei meu time sendo campeão do mundo. E conclui que não me arrependo por não ter visto no dia; não teria sobrevivido àquele primeiro tempo.

domingo, 25 de novembro de 2007

Segue o baile

E então, naquela noite chuvosa, ela consegue sair pra dançar.
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Fim de festa, pés doendo, maquiagem derretida, voz rouca, mas alma lavada por ter cumprido a missão de dançar até cansar. Já na porta, bem longe da área da repescagem, o indivíduo bêbado e pegajoso se aproxima:

- Nossa, tu é muito linda, posso falar contigo?
- A essa hora já não é uma boa ideia.
- Como é teu nome?
- Kelen.
- Karen, olha só, então saímos amanhã.
- É Kelen e desculpa, mas a gente não vai sair não.
- Então me dá teu telefone que eu te ligo.
- Não, não, dou não.
- Teu MSN então?
- Não uso.
- Então eu te dou meu telefone e tu me liga.
- Olha só, sério, eu não vou te ligar.
- Mas qual é o teu problema?
- Meu? Nenhum, tô aqui na minha, indo embora, só isso.
- Tu é sapata?
- Hã?
- Sério, tu é sapata?
- Não meu querido, não sou.
- Então gosta de pica, tem certeza disso?

E nesse momento ele conheceu o que ela tem de mais poderoso: o olhar. E esse olhar disse as coisas mais horríveis desse mundo mesmo sem ela abrir a boca e teve o poder de fazer ele finalmente desaparecer.
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E então, naquela noite chuvosa, ela voltou para casa.
Com fama de sapata por querer apenas dançar.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Let the music play

E ontem me perguntaram:

- Tu gostas de dançar?

Primeiro pensei a quanto tempo não fazia isso. Desconsiderando dois dias atrás quando cerca de dez mulheres numa loja, dançavam Ivete Sangalo como se estivessem no Carnaval na Bahia, não me veio outra data na cabeça. Mas respondi mesmo assim.

- Adoro!
- E que tipo de música?
- Sabe festa de casamento? Que começa com New York New York, termina com Poeira, passando por Quem dera ser um peixe? Bem isso.

Precisava de uma festa destas. Pena estarmos em uma fase de muito mais descasamentos do que de casamentos.
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Aproveitando o momento musical, ontem fui a uma entrevista com o Papas da Língua. Sei que a gauchada é dividida, metade adora eles, a outra metade odeia. Talvez pela tendência rockeira das bandas gaúchas e aí de repente chegam eles com esse sonzinho pop e tipo assim, nada a ver. Gosto é gosto e não se discute. Gosto deles desde Democracy até o tema da novela das oito. E essa que tá ali embaixo, tema do filme gaúcho Houve uma vez dois verões me dá vontade de ter a idade dos guris do filme e ir lá para mil novecentos e preto e branco. De repente pintava até uma reunião dançante. E eu poderia até dançar.
 


quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Gotan Project

Dia 06 de dezembro, em Porto Alegre.
E a carteira vazia torce por uma promoção na Itapema.
 


Minha bolsa, minha vida - parte 2

Voltava do supermercado por volta das 20:30 sem absolutamente nada nas mãos exceto a sacola de compras. Naquela hora, tinha saído apenas com a minha chave e cinco reais, aquela altura já transformados em compras. No meio do caminho ainda decidi tirar o relógio e colocar também na sacola. Ia atravessar a Ijuí quando uma moto virou a esquina e eu esperei ela passar. Nesse mesmo instante a mesma moto subiu na calçada oposta e um dos dois indivíduos que estava nela arrancou a bolsa de uma guria que passava, a única pessoa além de mim circulando por ali. Derrubaram ela no chão, destruíram a sacola que ela carregava além da bolsa, desceram da calçada e viraram tranquilamente na próxima rua, deixando ela ali no chão aos gritos. Atravessei a rua pra ver como ela estava ao mesmo tempo que outras pessoas surgiram. A cabeça estava bem apesar da batida, mas a frase que ela não parava de repetir era aquela que eu já sabia:

- Meu Deus, minha bolsa, eles levaram, tudo que eu tenho tá ali dentro!

Alguém ligou pra polícia, alguém pediu uma viatura e eu acompanhei ela até em casa, só duas quadras acima. Agradeci, com um certo sentimento de culpa, por não estar de bolsa e por isso não ser um bom alvo e mais ainda por não ser a única opção dos assaltantes. E fiquei me perguntando. A solução é sair sem bolsa? Ou a única solução é simplesmente não sair? Tem mesmo solução
?

sábado, 17 de novembro de 2007

Os sonhos mais lindos, sonhei

Neste final de semana encerra na Usina do Gasômetro a exposição "No ar" da RBS. Apesar das cinco milhões de pessoas que estarão lá, a visita é obrigatória. Eu mesma voltarei. Pra mim enquanto arquiteta também da área efêmera, pela montagem como um todo a visita já seria valiosa. Mas pra qualquer pessoa, ver ali estampadas nos mais diversos formatos, informações das mais variadas, dos últimos 50 anos é simplesmente imperdível. Notícias que fizeram história, novelas, furos de reportagem, comerciais, conquistas regionais, nacionais e mundiais, linha do tempo, um filme com fatos marcantes numa super montagem especial, pra resumir um pouco do que tem espalhado por todo aquele espaço. Gostaria de ter ficado muito mais tempo passeando por lá, mas chegou uma hora que a exposição que deveria ser interativa, estava sendo guiada somente pelos outros, pois eu não consegui chegar perto de um botãozinho sequer para decidir qual fato eu iria assistir. Então fui no embalo e no meio disso vi o Inter conquistando o título mundial há um ano, às cobranças de pênaltis na copa de 94, a descoberta dos sotaques das mais diversas regiões do Rio Grande, as grandes manchetes que foram capa da Zero Hora, os melhores comerciais da TV e por aí vai. E depois de muitas notícias, vídeos e informações, durante cerca de 15 minutos parei num lugar especial. Um mega colchão vermelho jogado na frente de uma super tela. Ao me aproximar, ouvi a Elis Regina cantando "Fascinação". Na tela, todos os beijos de todas as novelas de todos os tempos. O momento cultural virou momento mulherzinha, daqueles ao extremo (que não preciso nem descrever aqui). Não deixem de ir na exposição. E de se emocionar. Seja lá com o que for.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Hey, you got to hide your love away


Não é em qualquer situação que conseguimos estar com tudo de cabeça para baixo e ainda assim dando risada. Mas na maioria das vezes, essa é a única saída.