quinta-feira, 29 de maio de 2008

Relicário


"O que está acontecendo?
O mundo está ao contrário e ninguém reparou.
O que está acontecendo?
Eu estava em paz, quando você chegou."


segunda-feira, 26 de maio de 2008

Já falei aqui sobre primeira vez?

Há pouco mais de meio ano, comecei mais uma vez a correr. Mais uma vez porque - como quase tudo que já comecei até hoje (e a lista não é pequena) -comecei e parei de correr mais de vinte vezes. Desta vez estipulei uma meta: correr minha primeira rústica. E por seis meses, dia sim, dia também, com raras exceções, corri; de manhã ou de noite, abaixo de sol ou de chuva, de frio ou de calor. Domingo, friozinho considerável na beira do Guaíba, pernas de fora e congelando desde as seis e meia da manhã, tive a verdadeira noção do que é participar de uma coisa dessas. E é bom demais. Daquelas coisas boas que chegam a dar frio na barriga. Lembrei que ainda esses dias, comentava como eu estava ansiosa ao que me responderam: "mas é só uma corrida!". Como explicar o que significava aquela corrida pra mim? Explicar o que eu passei no último meio ano e o quanto essa coisa de correr me ajudou a superar, esquecer e levantar? Era muito mais do que a corrida. Ela fechava um ciclo, preenchia uma lacuna, correspondia a uma etapa percorrida. Tanta coisa cruzou junto comigo aquela linha de chegada, que só isso explica de onde tirei forças pra correr tão rápido aqueles últimos 100 metros.

58 2260 KELEN GIORDANI TOMAZELLI F 00:55:27 10,821 PETISKEIRA

sábado, 24 de maio de 2008

Ou isso ou aquilo

Dos tempos da Mulher de fases, resgatei a Cecília Meireles e as minhas dúvidas existenciais. Três anos se passaram e eu sigo tão igual e ao mesmo tempo tão diferente.
















"16.7.05

Ou isto ou aquilo
Ou mão fechada ou carteira vazia.
Ou economizo ou esbanjo.
Ou com dinheiro ou sem dinheiro.
Ou Givanna Baby ou CK one.
Ou Clean&Clear ou Reniew.
Ou espinhas ou rugas.
Ou criança ou gente grande.
Ou tenho a barriga que eu quero ou como o quanto eu quero.
Ou fico na cama mais tempo ou vou pra academia.
Ou vou pra academia ou chego mais cedo em casa.
Ou fico gorda ou sofro pra ser magra.
Ou amigo ou namorado.
Ou commited ou single.
Ou o meu escritório ou o escritório onde trabalho.
Ou liberdade ou segurança.
Ou oito ou oitenta.

Sempre meio termo, sempre no meio do caminho. Talvez o que eu queira não seja o que eu deva, ou o que eu deva não seja o que eu possa. Sei que o meio termo também tem que existir. Pode se ter chuva e ao mesmo tempo se ter sol e além disso se ter arco-íris. De qualquer jeito quando li essa poesia há muitos anos atrás tudo parecia bem mais simples. Ou será que era confuso igual? Hoje caiu como uma luva. E que fique claro que ou se põe luva ou se põe anel. Será?

"Ou se tem chuva ou não se tem sol,
ou se tem sol ou não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
Quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo dinheiro e não compro doce,
ou compro doce e não guardo dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor:
se é isto ou aquilo."

Cecília Meireles

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Mais uma primeira vez

"Eu perdi o meu medo, o meu medo, o meu medo da chuva*pois a chuva voltando pra terra traz coisas do ar.
Aprendi o segredo, o segredo
o segredo da vida, vendo as pedras que choram sozinhas no mesmo lugar."




da chuva* = de altura, de errar, de perder, de arriscar, de aproveitar.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Cenas da vida

cena 1 - uma pessoa avisa no ônibus:
"Olha, ele tava com a mão na tua bolsa"Automaticamente olho para o lado e dou um cruzado de direita enquanto com a esquerda resgato meu celular e minha carteira e não finalizo sem um belo chute no saco do infeliz.
corta
cena 2 - uma pessoa avisa no ônibus:
"Olha, ele tava com a mão na tua bolsa"No mesmo instante grito para o motorista:
"Não abre a porta que tem ladrão no ônibus".
Automaticamente pulo em cima do sujeito recupero meu celular e minha carteira, encho ele de desaforos e não finalizo sem um belo chute no saco do infeliz.
corta

cena 3: - uma pessoa avisa no ônibus:
"Olha, ele tava com a mão na tua bolsa"Olho para o lado e vejo um sujeito absolutamente normal. Não, ela se enganou, não pode ser. Começo a mexer na minha bolsa e não me preocupo ao não encontrar a carteira, pois ela devia estar embaixo das outras quatrocentas e doze coisas que ali se amontoavam. Olho de novo para o lado e o sujeito normal segue ali parado inocentemente. Quando finalmente cai a ficha de que não apenas minha carteira como meu celular não se encontram ali, as portas se abrem e aquele FILHODEUMAPUTA sai do ônibus enquanto fico ali que nem uma mongolona sem fazer nada e ainda por cima chorando.
corta

Preciso dizer qual é a cena real? E sabem o que esse FILHODEUMAPUTA ganhou com isso além de um celular bloqueado? 20 CENTAVOS.

My blueberry nights

Uma cena mais linda do que a outra, todas embaladas por uma trilha sonora sensacional. Destaque especial para "The story" com o sorvete derretendo por entre a torta e o beijo roubado. Das coisas mais sutis e excitantes que esses olhos já viram.



I don't know how to begin
Cause the story has been told before
I will sing along i suppose
I guess it's just how it goes
And now those sprangs in the air
I don't go down anywhere
I guess it's just how it goes
The stories have all been told before
But if you don't char
The light won't hit your eye
And the moon won't rise
Before it's time
But if you don't char
...
But i don't know how it will end
With all those records playin'
I guess it's just how it goes
The stories have all been told before
I guess it's just how it goes
...

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Solicitação

Venho por meio desta solicitar 15 mil reais na minha conta corrente e uma passagem somente de ida para Barcelona datada para amanhã de manhã. Se possível, uma massagem nas costas antes da viagem. Sem mais para o momento.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Definitivamente... talvez


É incrível como é fácil me agradar. Pelo menos quando se trata de um filme. Bastante romance, um pouquinho de comédia, uma pitada de drama, preferencialmente um final feliz e pronto. Dada a receita pra eu sair feliz do cinema. Na verdade na "vida real", a receita é praticamente a mesma. Água, açúcar e pronto.
Um dia talvez eu comece a gostar de filmes cabeça. Ou não...

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Mais uma da minha mãe


Ás vezes quando eu - que nunca fui muito flor que se cheire - tava bem quietinha no meu canto, sem incomodar ninguém e minha mãe via alguém prestes a me tirar daquele santo sossego, falava de canto:


"Não mexe com as abelhas..."


Ou mexe. Mas depois não vem reclamar.


terça-feira, 6 de maio de 2008

Eu te avisei

Vai ser essa a primeira frase que eu vou escutar da minha mãe assim que eu contar pra ela que por causa da minha teimosia de nunca ter usado óculos de sol, adquiri uma porcaria que se chama pinguécula. E pior do que ter pinguécula é ter pinguécula inflamada, ao que se dá o bonito nome de pingueculite. O médico além de receitar três diferentes colírios, me avisou:

- O negócio é usar sempre óculos e um óculos bom, com proteção UVA.
- Hum, sei...
- Um óculos de pouco mais de 100 reais resolve teu problema.

O que ele não sabe é que meu limite pré-estabelecido a ser gasto em óculos de sol (já que é óbvio que eu vou perder) sempre foi esse: no máximo DOIS DÍGITOS.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Receitas e surpresas

Esses dias uma pessoa me deu uma receita de molho que parecia maravilhosa. Resolvi não esperar nem uma ocasião muito menos um convidado especial e preparei ele no almoço de domingo. A convidada? Eu. Frango no forno e mandei ver nos ingredientes: suco de laranja, manjericão fresco, mostarda em grãos, vinagre balsâmico, mel e pimenta. O resultado foi uma mistura de aromas e de sabores sensacional. Mas boa mesmo foi a maravilhosa sensação de estar cozinhando só pra mim e estar feliz com isso, o que fez da ocasião uma data mais do que especial. Essa é a melhor parte das histórias mal sucedidas: as coisas boas que acabamos descobrindo com elas e que vão muito além de boas receitas.
.:.
E quando tu pensa que nada mais nessa vida vai te surpreender, ela te mostra que tu ainda não viu nada.

Calcinhas

Na fila do Renner, saio dela pra falar no telefone e deixo uma amiga lá plantada. Ligação complexa e quando desligo, já na frente do caixa, começo a resmungar:

- Bla bla bla, homens, bla bla bla, vou te contar.
Ela ri, mas é o caixa quem se manifesta:
- Nós? Somos problema? Difíceis de entender? Sei. Vocês que gastam R$130,00 em calcinhas e somos nós os difíceis de entender? Tá bom.
- NÃO SÃO SÓ CALCINHAS!!!
Praticamente eram, mas isso NÃO VEM AO CASO.


domingo, 4 de maio de 2008

Assim ó

VAMOVAMOINTERVÃOTOMARNOCUSEUSFILHODAPUTADEMERDAVOLTEMPRASERRAVOCÊSEATOUCA!CHUPAPAPADAFILIALDOCACETEJUVENTUDEOCARALHOOCAMPEÃO ÉOINTERNACIONALQUEMETEUOITOEMVOCÊSCONTARAMBEM?UMDOISTRÊSQUATROCINCOSEISSETEOITO!VÃOPRASEGUNDADIVISÃOQUEÉOLUGARDEVOCÊS.UHFERNANDÃODALHEDALHEÔCOLORADOEUSOU!

Desculpa aí o palavreado. Não sei bem. Alguém tomou conta desse corpo e colocou tudo isso pra fora. (nossa, mas me fez tão bem!)

Torções

Existem algumas coisas na vida que eu não precisaria entender como acontecem. Uma torção testicular é uma delas. Mas ter irmão médico tem dessas coisas. Ele precisa explicar que o testículo não se enrosca no vizinho, que ele se torce com ele mesmo, entende? Não? Eu também não. Existem também algumas coisas nessa vida que eu não precisaria presenciar. O saco do próprio irmão depilado e costurado é uma delas. Mas ter irmão médico tem dessas coisas...

sábado, 3 de maio de 2008

Ressaca moral

Eu sou uma pessoa com princípios.
Mas também sou uma pessoa com vontades.
O problema é que às vezes para atender as minhas vontades acabo passando por cima dos meus princípios.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Ensinando a viver


Dizer que o filme é emocionante e que eu chorei feito uma criança é praticamente uma redundância. E eu fiquei com uma lista de desejos marcianos na cabeça.


"Never, ever, ever, ever, ever, ever, ever give up."