quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Ô moço, filma eu

Últimos dias de gravação no morro, de segunda a quarta abaixo de um sol escaldante, panturrilhas latejando de tanto subir e descer escadas. Carro pipa e mangueiras preparadas para o efeito especial de chuva, necessário em algumas das cenas, quando o diretor decide:

- Pessoal, vamos mudar a ordem da gravação, deixamos a cena do temporal para quinta que está com previsão de chuva de verdade.

Chega a quinta-feira e a metereologia não falha: já amanhece chovendo. Capas de chuva a postos, molha alguma coisa aqui, protege da chuva ali e depois de algumas horas abaixo de temporal o diretor volta a entrar em cena:

- Pessoal, não vai dar pra gravar com chuva, vamos ter que deixar para amanhã se parar de chover.

(já não sei se torço por sol ou por chuva amanhã pra acabar com isso de uma vez)
.:.
Cena difícil, vários figurantes, e aos gritos o diretor tenta coordenar:

- Por favor gente, sem rir, sem olhar para a câmera se não vamos ter que gravar de novo.

(imagino as pobres pessoas tentando controlar a felicidade sabendo que vão aparecer na novela)
.:.
Estou parada na janela do barraco quando se aproximam duas guriazinhas sorrindo:

- Oi, tudo bem?
- Tudo bem e com vocês?
- Tudo bem também. Olha só, é você que vai ser a mãe da Natália na novela?

(vou ficar só com a parte de terem achado que eu era atriz e ignorar o fato de a Natália ter vinte e poucos anos)

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