terça-feira, 2 de março de 2010

O Rio de Janeiro continua... aqui

Ontem foi aniversário do Rio de Janeiro, 445 anos. Assisti várias reportagens na televisão com imagens e mais imagens da cidade maravilhosa onde estou morando. Ouvi sobre as paisagens deslumbrantes, a quantidade de bares, hotéis e restaurantes, os 100 km de ciclovias que a cidade oferece, entre tantos outros elogios.
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Exatamente nesta semana de aniversário do Rio, decidi pôr em prática um plano de redução de despesas, atacando em todas as frentes possíveis. Uma delas foi o transporte. Prestes a me tornar a mais nova proprietária de uma bicicleta, fui analisar os tais 100 km de ciclovias disponíveis. E a triste notícia pra mim foi que grande parte destes quilômetros de ciclovia, estão distribuídos pela orla carioca ou travessias de florestas, com uma grande concentração, obviamente, na zona sul, onde vários bairros são interligados por elas. Vias que me permitissem ir até o trabalho pedalando ou não existem ou estão apenas projetadas, portanto ir trabalhar de bicicleta hoje seria uma decisão um tanto kamikaze para uma ciclista amadora que sonha com uma simples bici para passeio como eu. Ainda assim, disposta a ecomomizar mas deixando a bicicleta apenas para passear na beira da praia, fiz algumas trocas nos meus meios de transporte. Alterei minha travessia de barco para uma travessia mais curta e barata que me faz caminhar por 15 minutos e alterei o ônibus que me leva pro trabalho por outro que custa a metade do preço mas que tem o trajeto complementado com mais 15 minutos de caminhada. Digamos que vou unir o útil ao saudável, porque agradável não seria uma boa forma de definir estes percursos. Fiquei curiosa pra saber quantos quilômetros temos no Rio de ruas e avenidas sem calçamento para pedestres. Não adianta. Sempre existem aquelas pequenas coisas que  descobrimos e passamos a odiar em um lugar somente quando conhecemos ele um pouco melhor.
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Em meio a eterna briga carioca entre a beleza e o caos, sigo tentando me apaixonar pela cidade maravilhosa. Sigo tentando enxergar o Rio com os mesmos olhos que as pessoas que visitam a cidade por alguns dias enxergam, visão que faz com que saiam daqui já pensando em voltar. Sigo querendo descobrir aquelas pequenas coisas que passamos a amar em algum lugar somente quando conhecemos ele um pouco melhor. Mas sem exigir demais, queria que essa descoberta fosse um pouco além das paisagens deslumbrantes, da quantidade de bares, hotéis e restaurantes ou dos 100 km de ciclovias que a cidade oferece.

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