quarta-feira, 14 de abril de 2010

Coisas do coração

Na semana passada, estourei um balão no aniversário de uma amiga, que tinha dentro a seguinte frase de Osho: "Opte por aquilo que faz seu coração vibrar, apesar de todas as consequências"A frase é linda e ela tem absolutamente tudo a ver comigo e meu jeito de ser. Mas ter um coração que obedece a esta regra faz com que pessoas como eu, optem por jamais abrir mão de alguns momentos de felicidade intensa, mesmo sabendo que eles podem ser seguidos de um vazio absoluto.
O que não está dito em lugar algum é que eu não sei de coisa nenhuma. Quem disse que gosto de viver intensamente um momento pra depois sofrer com a falta dele? Por trás de cada escolha que eu faço, desse tipo que faz o meu coração vibrar, eu estou acreditando que não é apenas um momento; eu estou enxergando um começo, um meio, um caminho, nunca um fim. É aí que está a minha grande falha: quando o meu coração vibra eu enxergo longe, mesmo com uma nuvem enorme na minha frente, porque eu sempre acredito que aquela nuvem pode desaparecer. Deve ser por isso que é muito mais fácil ser feliz sem tanto esperar, sem tanto querer e sem tanto acreditar, porque assim conseqüentemente vamos nos frustrar muito menos.
Li esses dias uma reportagem justamente sobre ser feliz. Nela, o cara (que não vou lembrar o nome pra fazer os devidos créditos) fala que estar feliz é uma coisa muito subjetiva. Se te perguntarem se estás feliz, a tua resposta pode ser influenciada por acontecimentos recentes. Se tiver acabado de receber uma grana inesperada ou de assistir um show do teu cantor favorito, o sim virá imediatamente. Se tiver acabado de cair e de se machucar ou se tiver perdido alguma coisa importante, por melhor que o resto da vida esteja, provavelmente uma raiva súbita gere um não como resposta. E por isso o verbo usado na pergunta é "estar", no lugar de "ser". Ser feliz é um estado de espírito muito mais constante, que até pode ser abalado em algum momento, mas não é definido por apenas um momento.
E aí eu fico me perguntando. Será que então ser feliz é abrir mão da vibração? Será que ser estável e constante como um carrossel é realmente mais feliz do que (curtir) os altos e (sofrer com os) baixos de uma montanha russa? Talvez um dia eu acredite nisso e seja feliz. Provavelmente no dia em que meu coração pare de mandar em mim. Por enquanto ele segue mandando. E pedindo pra vibrar. Ou pelo menos brilhar.

" I knew a girl
her name was truth
she was a horrible liar
she couldn't spend one day alone
but she couldn't be satisfied
When you have everything
you have everything to lose
she made herself a bed of nails
and she's planning on putting it to use
But she had diamonds on the inside"

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