quarta-feira, 3 de agosto de 2022

Folga

Desde que vim passar esse periodo no Rio, a pergunta que mais tenho recebido ultimamente tem sido disparado: "e a saudade?". A resposta sai fácil porque é uma saudade sem medida, ela é gigante, é de ter vontade de entrar na tela e encher de amassos e de beijos. Mas é uma saudade que não dói. Dá pra entender? Porque eu vejo eles todos os dias e eles parecem tão felizes. Saudosos, óbvio, mas felizes da vida! E com meu marido nota dez sendo um pai nota mil somado a uma diarista que virou a santa ajudante de todas as manhãs eles estão dando conta do recado bonito (espero que minhas plantas estejam vivas, viu?). E também porque, e não me julguem por esse trecho, tô com saudade mas numa folga que olha, puta que pariu. Atenção meus empregadores, isso não significa que eu não esteja trabalhando, tô trabalhando tipo bicho. Considerem que vocês me concederam tipo umas férias da família remuneradas, uma espécie de viagem padrão perrengue chique. A real é que não tem montagem que supere o trabalho que é ter uma casa cheia de seres, não tem BO mais difícil que cuidar de uma família, não tem cansaço maior do que um dia inteirinho com um marido, dois filhos e dois cachorros e ainda por cima o tal do trabalho! Desculpa, eu amo vocês, viu marido? Mais que tudo na minha vida todinha, mas dá um trabalho da porra e depois desses dez dias sozinho tenho certeza que ele assina embaixo! Dá tanto trabalho que me vejo volta e meia num não saber o que fazer com o tanto de tempo que eu tenho por aqui mesmo depois de trabalhar oito horas. Dia desses num desses stories, minha irmã fez a tal pergunta. Eu respondi explicando tudo isso e ela resumiu melhor que eu: "eu te entendo, é uma paz com remorso, né?". Ô se é.

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