quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Minha bolsa, minha vida

Com essa eterna onda de assaltos rolando por aí, a nossa preocupação maior está em preservar o que é nosso e acima de tudo nos preservar. Para esta última questão é fácil: em princípio basta não reagir. Carro tem seguro. Celular não vale muito. Aí sobra a bolsa. Lá em casa usamos o termo "kit assalto", que nada mais é que a carteira ultra reduzida para sair a noite. Kit feito + batom e a bolsa tá pronta.
Mas e se o assalto for durante o dia e eu estiver com a minha bolsa, aquela, de verdade, que carrega minha vida? Vou ter que reduzir ela também? Mas tirar o que se tudo é indispensável? O kit de maquiagem? E se aparecer programa e não der tempo de passar em casa? A necessaire de remédios? E fazer o quê numa crise de dor de cabeça, de gases ou de cólica? Tirar meu creme para as mãos? E ficar com elas secas o dia todo? A sombrinha? Com esse clima de indecisão de Porto Alegre? Os óculos? E meus olhos ficam como? O porta cartões? E ofereço meu trabalho com um telefone escrito num guardanapo? A minha coleção de chaveiros? E saio sem a chave de casa? A trena ? E meço coisas a passadas e palmos? O estojo com lapiseiras e canetas? Peço a bic mais próxima quando precisar de uma? A minha agenda? E as contas e compromissos que só ela me avisa? E a carteira? Que pode não ter dinheiro mas tem carteirinhas e cartões a torto e a direito? Tiro tudo e quando precisar de algum dou meia volta e desisto da compra? Tiro a câmera digital que quebra todos meus galhos? Como é mesmo essa história da parte fácil ser a de apenas não reagir?

Nenhum comentário: