quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Minha bolsa, minha vida - parte 2

Voltava do supermercado por volta das 20:30 sem absolutamente nada nas mãos exceto a sacola de compras. Naquela hora, tinha saído apenas com a minha chave e cinco reais, aquela altura já transformados em compras. No meio do caminho ainda decidi tirar o relógio e colocar também na sacola. Ia atravessar a Ijuí quando uma moto virou a esquina e eu esperei ela passar. Nesse mesmo instante a mesma moto subiu na calçada oposta e um dos dois indivíduos que estava nela arrancou a bolsa de uma guria que passava, a única pessoa além de mim circulando por ali. Derrubaram ela no chão, destruíram a sacola que ela carregava além da bolsa, desceram da calçada e viraram tranquilamente na próxima rua, deixando ela ali no chão aos gritos. Atravessei a rua pra ver como ela estava ao mesmo tempo que outras pessoas surgiram. A cabeça estava bem apesar da batida, mas a frase que ela não parava de repetir era aquela que eu já sabia:

- Meu Deus, minha bolsa, eles levaram, tudo que eu tenho tá ali dentro!

Alguém ligou pra polícia, alguém pediu uma viatura e eu acompanhei ela até em casa, só duas quadras acima. Agradeci, com um certo sentimento de culpa, por não estar de bolsa e por isso não ser um bom alvo e mais ainda por não ser a única opção dos assaltantes. E fiquei me perguntando. A solução é sair sem bolsa? Ou a única solução é simplesmente não sair? Tem mesmo solução
?

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