segunda-feira, 17 de agosto de 2015

A pequena lavanderia do bairro

Estava eu em uma pequena lavanderia do bairro aguardando o rapaz encontrar meu pedido quando chegou uma senhora e jogou o pedido dela na mesa falando:

- Oi, tu podes alcançar o meu, por favor?

Dei uma olhada pro lado pra entender quem seria a importante que não poderia esperar o fim do meu atendimento e depois dei uma olhada pra mim, pra ver se não tinha ficado invisível sem me dar conta. Eram alguns centímetros a menos que ela do alto dos seu salto alto - mais ainda se comparada a mim com meu All Star. Mas eu seguia ali, bem visível. Pra minha sorte (e a dela), o rapaz educadamente mandou ela aguardar um minutinho e seguiu me atendendo. Enquanto ele colocava o meu terno dentro de um saco, ela gritou:

- Acho que é 16 reais o meu, né?

Dei uma nova olhada agora com um quê de "minha senhora, ele está pegando o terno pra mim ali atrás, seu papelzinho está aqui na minha frente, ele não sabe o valor e nem vai saber até que termine de me atender". Ela sorriu pra mim que sorri de volta. O rapaz voltou e alcancei meu cartão:

- No débito, por favor.
- Tu podia só me cobrar e...

Na minha mais doce voz, sorri e falei:

- Querida! Eu também estou com pressa e ele está sozinho atendendo, assim que ele terminar de me atender ele te atende, pode ser?
Enquanto digitava minha senha, o rapaz pegou o pedido dela e foi em busca da roupa ou o que quer que fosse. Eu mesma cancelei a minha via, retirei o meu cartão, peguei as minhas coisas e ainda com um sorriso no rosto olhei pra ela e falei: mal educada! Não ganhei sorriso, nem resposta. E ela que agradeça eu não ter discursado sobre como pessoas como ela que fazem as coisas serem do jeito que são! Só não torci para que a roupa estivesse manchada, rasgada, quiçá perdida, porque gosto muito da pequena lavanderia do bairro.

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