sábado, 15 de agosto de 2015

Lava roupa todo dia, que agonia

Minha casa em Gramado tem uma peculiaridade: ela possui duas lavanderias. E quatro tanques. Não, minha mãe não lava roupa para fora, mas deveria. Duvido que alguém no mundo lave roupas tão bem quanto ela (e suas discípulas), nem mesmo outras mães, acreditem. As toalhas são as mais macias, os lençóis os mais suaves, os encardidos não existem, as manchas não tem vez.
Infelizmente troquei as lavanderias dela  pela minha máquina lava e seca desde o tempo em que deixei de ir a Gramado todos os finais de semana. E minhas roupas lamentam até hoje esta troca.
Mas a fama da minha mãe não deixou de ser divulgada entre as minhas amigas. Dia desses, recebi um whats app de uma delas:

- Kelen, preciso tirar uma mancha de sangue, pede pra tua mãe o que fazer?

Whats app pra Dona Luiza que faz uma série de perguntas:

- O sangue está seco? Ou é recente? Qual a cor da roupa? E que tecido?

Repasso as perguntas, replico as respostas e aguardo pacienciosamente, certa de uma receita infalível, cheia de etapas e processos minuciosos e milagrosos. E eis que  leio na minha tela, rápida e rasteira:

- Vanish.

Não pude acreditar naquilo. Nem a minha amiga. Como assim tão somente e apenas Vanish? Confesso, foi uma das maiores decepções da minha vida.
Mas garanto pra vocês: eu não devo nem mesmo saber usar um simples Vanish como ela.

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