quarta-feira, 13 de julho de 2016

Se essa rua fosse minha

Quando vim morar na Felipe Neri, uma das primeiras coisas que me fez ter calafrios foram os guardadores de carro da esquina da Freire Alemão. Metidos e espalhafatosos (barraqueiros pra ser mais exata), eu agradecia não precisar estacionar na rua e ter que cair na mão deles. O tempo foi passando, eles seguiram metidos, espalhafatosos e barraqueiros, mas comecei a me dar conta que eles fazem parte da rua. Eles são mais educados do que pessoas do meu próprio prédio que cruzam comigo na garagem e dispensam um simples bom dia. Eles ajudam pessoas perdidas em frente a prédios, sabem até quando o interfone de alguém está estragado. O pessoal do prédio da esquina, ganha a chance de não ter que pegar a Silva Jardim, já que eles dão uma trancadinha no trânsito pra que eles possam ir direto pela Freire Alemão (fico imaginando a felicidade deste pessoal que não vai encarar a Mariland trancada na hora do rush). Eles conhecem as minhas cachorras e conversam com elas a cada passeio. Dia desses nos convidaram pra festa junina no novo bar da rua, dias depois ajudaram o Guilherme a carregar um saco de lenha. Mas me ganharam de vez dias atrás quando a única mulher do grupo gritou "que amor, elas vão ganhar um irmãozinho!" e veio na direção da barriga pública saber maiores detalhes... Como eu disse, eles seguem metidos, espalhafatosos e barraqueiros, mas hoje em dia em vez de ameaçada eu me sinto até mesmo protegida!

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