Desde o dia que o Júpiter Maçã morreu, o Guilherme tenta me fazer ouvir o CD dele que estava no carro. Tenta não porque eu não quisesse ouvir - nunca fui grande conhecedora mas muito curti Cascaveletes na minha adolescência - mas sim pelo CD estar velho e arranhado demais pra isso. Hoje, pegando a estrada mais uma vez, ele limpou o CD até com pasta de dente pra ver se rolava, mas nem assim funcionou. Não se conformou, eu precisava ouvir Beatle George! Assim que chegamos em Montevideo colocamos no YouTube. E talvez por essa coisa emotiva que é o dia 31 de dezembro, fez todo sentido pra mim.
Desde o dia que o Júpiter Maçã morreu, fiquei pensando no contra senso de tudo que eu li sobre ele, fosse contra ou a favor. Resumidamente o cara era um gênio do rock, mas tinha músicas com letras totalmente avessas a moral e aos bons costumes, mas e daí? Foda-se a moral e os bons costumes, é arte. Mas no fim das contas, foi essa subversão toda que acabou com a vida do cara que era um gênio do rock e aí dá pra ficar lendo isso em looping sem necessariamente chegar a conclusão nenhuma. Daria, até eu ouvir Beatle George.
A gente não precisa seguir todas as regras impostas pela sociedade, desde que isso não faça a gente perder de vista aquele menino (ou menina) que queria cantar (ou dançar, ou jogar, ou ser) como o Beatle George.