quinta-feira, 29 de abril de 2021

Crachá

Em quase toda minha vida profissional me dividi na hora de escolher entre a liberdade e a estabilidade. Cheguei a fazer um tempo de coaching pra descobrir minhas habilidades e facilitar minhas tomadas de decisões. Dizem os resultados que tenho perfil empreendedor. Nunca tive certeza absoluta disso, ainda assim a liberdade sempre falou mais alto, não à toa a POP studio vai completar 10 anos. É uma liberdade meio louca, convenhamos. Ela te permite na maior parte do tempo poder decidir horários e dias de tra
balho, quando tirar férias e até mesmo a quantidade de trabalho que será feito e qual será a remuneração! Mas ao mesmo tempo te cobra uma senhora disciplina pra cumprir isso organizadamente em todos os aspectos e fazer as coisas de uma maneira profissional, ainda mais quando TU é a tua empresa todinha. Considerando especialmente esse último caso, essa liberdade é ótima mas costuma dar poucas garantias.

Aí entra a velha tentação da estabilidade. Aquela que tem um cartão ponto a bater mas também tem um pacotinho de benefícios tentador.
Nem só disso vivem as duas possibilidades, é claro. Tem toda a experiência que ambas podem proporcionar. E falo experiência enquanto vivência mesmo, enquanto experimentação!
Pois minha última experiência antes da POP foi no Projac. Depois de um período em Barcelona de onde voltei meio frustrada, surgiu a oportunidade de ir pro Rio e pra lá me fui de mala e cuia. Foi o único crachá que tive na vida. Um crachá um tanto diferente, que me permitia morar numa lagoa, tirar foto com o Russo, fazer projeto em uma favela com vista pro Cristo, visitar o Caminho das Índias e trabalhar de chinelo de dedos. A palavra experiência não poderia definir melhor! Mas mesmo com tudo isso (e uma praia logo ali), senti na pele a falta de liberdade, aquela que falei lá no começo.

Voltei pro sul e pra essa tal liberdade e aqui estou há quase 10 anos. Até quando? Não sei! Sempre estarei aberta a novas experiências.

terça-feira, 20 de abril de 2021

Eu sou bonita, só estou cansada

Quando surgiram os stories do Instagram tudo que eu pensei foi: que saco, mais um mar de selfies. Mas com o tempo não só me acostumei como passei a ser uma assídua colaboradora. E na pandemia os stories passaram a ser os responsáveis pelas mais valiosas trocas.

Foi pelos stories que esses dias compartilhei meu pânico com a situação do meu cabelo que cai sem dó nem piedade e que está em frangalhos, bem como minha pele e minhas unhas. As trocas maravilhosas de sempre, muito mais que dicas, me renderam um "tamo junto" coletivo, o que em mim gerou um "ufa": não é apenas um não investimento da minha parte em produtos que custam um rim, mas um reflexo dessa coisa louca que estamos vivendo que não teria como não afetar nossa saúde.

Já hoje, também nos stories, compartilhei um vídeo de um perfil que amo que é da Celeste Barber, uma australiana maravilhosa que reproduz vídeos (muitas vezes bizarros, diga-se de passagem) de celebridades com seus corpos perfeitos mas de uma maneira cômica, especialmente por ela ter um corpo tão perfeito quanto, apenas fora dos padrões de beleza estabelecidos. Compartilhei e escrevi que às vezes tô me sentindo um bagulho mas quando vejo as postagens dela chego até a esquecer!

Então uma amiga compartilhou comigo um post, em resposta às minhas últimas publicações ou não, que falava sobre o quanto mães não se fotografam. Por estarem se sentindo feias, descabeladas, mal vestidas, entre tantas outras coisas que sim, provavelmente eu me sinta muitas vezes. Foi aí que me dei conta que aquelas duas últimas publicações dos meus stories não tinham relação nenhuma entre si por mais que parecessem ter. Uma fala de saúde, tema com o qual eu sempre vou estar preocupada. A outra fala sobre padrões de beleza, coisa que definitivamente não me tira o sono. Ainda que eu sempre esteja querendo ter 5 quilos a menos, isso nunca me impediu de estar nas fotos que publico, sem filtro nenhum inclusive. Cabelo caindo me preocupa, cabelo em um coque mal feito tá tudo bem. Eu me aceito, desde que tenha saúde e esteja feliz.

Termino essa divagação toda com a frase da Tati Bernardi que melhor traduz esse momento maluco todo e que é mais ou menos assim: eu sou bonita, só estou cansada!




quinta-feira, 1 de abril de 2021

Feijoada de Páscoa

 Pensávamos no que comer amanhã na sexta-feira Santa. Guilherme sugere:

- Podíamos fazer a receita do Jacinto, feijoada de frutos do mar.
Minha cara deve ter respondido e então ele foi pro Google.
- No Panelinha não tem.
- Então esquece, não deve ser bom.
- Mas tem do Rodrigo Hilbert.
- Vamos ver melhor essa receita.
Quem vê a empolgação pensa que é o próprio que vai vir me servir.