quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Doce Mel

Um ano.
Melzinha, meu doce de guriazinha.
Que esperou calmamente enquanto minha cabeça só pensava no teu mano que não caminhava... só consegui te curtir de verdade depois de seis meses dentro de mim.
Mal comecei a te curtir e teu percentil baixo foi quem passou a me tirar o sono nos últimos dois meses de gravidez. Ainda assim encaramos a mudança pra nossa nova casinha firmes, fortes e juntas.
Tu nasceu pitoca, com 2.5 kg, em um parto normal induzido lindamente 2 dias antes de fechar 40 semanas, não podíamos mais esperar, já que tua mãe aqui beirava os 42, tinha amargado duas gravidez(es) interrompidas, recebeu um exame positivo pra trombofilia e se recusou a fazer uma injeção por dia. Me perdoa, minha filha. Injeções e eu não nos damos bem.
Melzinha, linda e encantadora desde o primeiro dia. As tuas aventuras estavam recém começando aqui dentro. Com um mês encaramos uma temporada sem teu pai, que teve que viajar a trabalho. Com dois meses tu quase caiu do meu sling enquanto atravessávamos a rua, levando o mano na escolinha, malditas invenções modernas. Com seis meses, errei a dose de um antialérgico, te dei em ml um medicamento que deveria ser dado em gotas, obrigada por cuspir tudo fora, minha filha. Aos dez meses, enquanto atendia o teu irmão no banheiro, tu engasgou feio com uma pétala que tirou da roupa, pela primeira vez entendi que mães colocam o dedo na garganta de um filho até achar o problema, sem dó nem piedade. Dias depois, tu quase engoliu um prendedor que tirou sozinha do cabelo, desculpa se passei a te enfeitar menos desde então. Semanas atrás, tentei te proteger do sol e te coloquei de frente no carrinho sem saber que aquele encaixe não existia, ainda não sei como consegui impedir que o bebê conforto virasse totalmente enquanto descíamos lomba a baixo. Quem escuta periga achar que eu sou uma mãe negligente. Logo eu, que levanto de um pulo a cada suspiro no meio da noite. Que coloco tanta roupa a ponto de ser xingada, só pra não ver um ranho escorrendo do nariz.
Melzinha, a mana do Lucas. Violões sobrevoaram a tua cabeça. Brinquedos foram arrancados das tuas mãozinhas. E quantas vezes tu brincou sozinha pra eu poder dar atenção pra um mano mais velho indócil.
Foi um ano e tanto, Melzinha, meu amor. Descobri que o segundo filho não fica mais fácil só porque já tivemos o primeiro, fica uma loucura, isso sim. Basta ver que aprendi a me dividir e a me multiplicar simultaneamente.
Mas teu olhar compensa todo cansaço, teu sorriso ameniza qualquer dor. Me divido e me multiplico em quantas Kelens forem necessárias pra te fazer feliz. E que feliz que eu quero que seja teu novo ano!
Te amo infinito, Melzinha, minha pequeninha. Obrigada por nos escolher, por completar a nossa família e encher nossa vida de doçura e amor.