Atravessava calmamente a Freire Alemão (rua sem saída e de paralelepípedos, apenas justificando a minha calma, caso seja necessário, onde não circulava nenhum carro, diga-se de passagem) quando uma velha (lembrando que senhoras são apenas aquelas pessoas de idade mais avançada que não se metem na vida alheia) me para e pergunta:
- De quem é essa criança?
- (oi?) É meu filho.
- E tu atravessa a rua assim nessa calma?
- Tá de brincadeira comigo, né?
- Não estou não, é perigoso!
- Quer que eu atravesse como, de helicóptero?
- (oi?) É meu filho.
- E tu atravessa a rua assim nessa calma?
- Tá de brincadeira comigo, né?
- Não estou não, é perigoso!
- Quer que eu atravesse como, de helicóptero?
E há quase um ano um dos meus maiores desafios diários é conseguir passar um dia sem cruzar por alguma velha metida!