Se eu disser que não votei no primeiro turno porque odeio política e porque quero mais é que o Serra e a Dilma se explodam (não necessariamente nesta ordem) vou parecer imatura e pouco preocupada com o futuro do país. Pois eu não fui votar. Não só porque odeio política e porque quero mais é que o Serra e a Dilma se explodam. Mas porque estava de ressaca. O meu atenuante talvez seja na verdade um agravante e prove que eu sou imatura, mas eu voto em Gramado, me dêem um desconto. Eu juro que me preocupo com o futuro do país, tanto que hoje fui regularizar minha situação (não, eu não saí da cama sequer para justificar). Aí veio o castigo.
Fui até o TRE de táxi, pois já comecei a segunda-feira atrasada. Treze reais depois, peguei minha senha, sentei e esperei. Fui chamada pelo atendente em meio a uma calorosa discussão sobre o bolsa família da qual não tive a menor vontade de participar. O Sr. Guichê questionou minha ausência na eleição e me olhou com cara feia quando disse que estava de cama (de cama, na cama, não importava para ele, usei a preposição que menos me desfavoreceu). A cara só piorou quando comuniquei que não tinha atestado médico. Fui repreendida veementemente. Não ousei dizer que não existe atestado para ressaca e falta de vergonha na cara. Indignado, me falou que teria que pagar uma multa. Sim meu senhor, eu vim até aqui para isto! E o castigo não é o valor ridículo de três reais e cinquenta centavos, o castigo é estar atrasada e com pressa e ter que ir até o Banco do Brasil a três quadras dali, pagar esta quantia patética e voltar até ali para apresentar o comprovante. Quase não quis mais votar no segundo turno. Quase xinguei por eles não terem uma maquininha do Banco do Brasil ali instalada. Mas não. Apenas saí bufando em direção ao banco. Ainda mais atrasada e ainda mais bufando, voltei, peguei uma nova senha e esperei. Desta vez agradeci não estar havendo nenhuma discussão sobre coisa nenhuma, porque se houvesse eu entrava, ah entrava. Assunto resolvido e treze reais depois, cheguei pontualmente para o meu compromisso das onze horas.
Depois do dia 15 de novembro voltarei ao TRE. Não, não vai ser para justificar a minha ausência também no segundo turno. Estarei em Gramado no domingo e dedicarei meu feriadão (além dos 100 reais gastos entre justificativa e passagens) ao futuro do Brasil. Vou voltar ao TRE para, depois de 16 anos morando em Porto Alegre, mudar de uma vez por todas meu título para cá. Já sei o que vai acontecer, é regra: vão me chamar para ser mesária nas próximas eleições. Tudo bem. Vou lá comer bergamota, tomar chimarrão e fazer novos amigos. Pelo menos o meu voto estará garantido. Mesmo que eu odeie política e queira mais é que os candidatos (sejam eles quem forem) se explodam. E mesmo que eu esteja de ressaca.
Fui até o TRE de táxi, pois já comecei a segunda-feira atrasada. Treze reais depois, peguei minha senha, sentei e esperei. Fui chamada pelo atendente em meio a uma calorosa discussão sobre o bolsa família da qual não tive a menor vontade de participar. O Sr. Guichê questionou minha ausência na eleição e me olhou com cara feia quando disse que estava de cama (de cama, na cama, não importava para ele, usei a preposição que menos me desfavoreceu). A cara só piorou quando comuniquei que não tinha atestado médico. Fui repreendida veementemente. Não ousei dizer que não existe atestado para ressaca e falta de vergonha na cara. Indignado, me falou que teria que pagar uma multa. Sim meu senhor, eu vim até aqui para isto! E o castigo não é o valor ridículo de três reais e cinquenta centavos, o castigo é estar atrasada e com pressa e ter que ir até o Banco do Brasil a três quadras dali, pagar esta quantia patética e voltar até ali para apresentar o comprovante. Quase não quis mais votar no segundo turno. Quase xinguei por eles não terem uma maquininha do Banco do Brasil ali instalada. Mas não. Apenas saí bufando em direção ao banco. Ainda mais atrasada e ainda mais bufando, voltei, peguei uma nova senha e esperei. Desta vez agradeci não estar havendo nenhuma discussão sobre coisa nenhuma, porque se houvesse eu entrava, ah entrava. Assunto resolvido e treze reais depois, cheguei pontualmente para o meu compromisso das onze horas.
Depois do dia 15 de novembro voltarei ao TRE. Não, não vai ser para justificar a minha ausência também no segundo turno. Estarei em Gramado no domingo e dedicarei meu feriadão (além dos 100 reais gastos entre justificativa e passagens) ao futuro do Brasil. Vou voltar ao TRE para, depois de 16 anos morando em Porto Alegre, mudar de uma vez por todas meu título para cá. Já sei o que vai acontecer, é regra: vão me chamar para ser mesária nas próximas eleições. Tudo bem. Vou lá comer bergamota, tomar chimarrão e fazer novos amigos. Pelo menos o meu voto estará garantido. Mesmo que eu odeie política e queira mais é que os candidatos (sejam eles quem forem) se explodam. E mesmo que eu esteja de ressaca.
2 comentários:
<span>Nossa, nao faz muito sentido todo esse desperdicio de tempo... Mas foi bom tu me lembrar que preciso justificar o meu voto tambem. Espero ter instrucoes no site do consulado e espero nao ter que perder o mesmo tempo que tu perdeu. Bj</span>
Sensacional.... KELEN, adorei ler e,como sempre, me fizestes rir....imaginando a tua cara ( e humor)!!! HAHAHAHAHA
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