Sempre achei meio injusta a divisão definida pela natureza na hora de ter filhos: uma pessoa carrega a criança por nove meses na barriga, vê seus hormônios e seu corpo virarem de ponta cabeça, enquanto a outra segue com a vida absolutamente normal. Achava isso até ficar grávida e descobrir que é justamente nessa hora que a gente descobre quem está com a gente e o valor que esse alguém tem. Porque ao lado de quem não carrega o filho na barriga, existe um ser em constante transformação que precisa ser compreendido, tolerado, consolado, amado e que precisa dividir todas essas transformações mesmo que para o outro elas sejam tão menos evidentes. E a tarefa de estar ao lado, acompanhando e dividindo tudo isso, pode parecer muito mais leve, mas requer muito esforço também. Hoje eu entendo que esses nove meses são vividos intensamente em dupla e que um pai de verdade nasce e mostra o parceiro que é durante a gravidez.
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