sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Nossa Senhora do Álcool Gel

Passeava eu pela minha rua com o Lucas, quando ao me aproximar da Freire Alemão avistei o guardador de carros já acenando para nós...
Gritou ele de lá:
- Finalmente vou conhecer esse gurizinho!
Pensei eu de cá:
- Minha Nossa Senhora do Álcool Gel me proteja!
Acostumada a implorar pra que não peguem na mão, não beijem a mão (se possível simplesmente não beijem), fui me aproximando sorrindo e esperando pelo "pior" (eu mesma ganhei dele uma bela mão na barriga meses atrás!). Ele me cumprimentou, se abaixou a uma certa distância do carrinho, colocou as duas mãos nos joelhos para se apoiar e comentou:
- Mas que coisa mais linda e pequeninha! Não dá nem pra chegar muito perto! Parabéns, mãe!
E saiu sorrindo e me desejando feliz ano novo. Sorri de volta e pensei cá com meus botões: um 2017 com bem menos pré conceitos!

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Sonhos de uma noite de verão

Ano passado, em uma noite quente de verão:
Detesta dormir com ar condicionado ligado. Liga somente a ventilação. Vai dormir. Sente que tem mosquitos. Se revira na cama por 15 minutos. Cede ao ar condicionado. Os mosquitos desaparecem. Dorme até o outro dia de manhã torcendo pra mais um dia de sol e calor. Ama o verão!
.:.
Ontem, com um bebê, em uma noite quente de verão:
Fim de um dia agitado, bebê tem fome, chora. Pai dá banho. Liga o ar do quarto, Deus me livre ter mosquitos, dá de mamar, põe pra arrotar. Recebe visita, faz sala pra visita, se despede da visita. Bebê mama mais, põe pra dormir, ele dorme. Janta, toma banho, dá tchau pro marido, vai dormir também. Uma hora depois o bebê acorda, pai troca a fralda, mãe dá de mamar, põe pra arrotar, ele arrota, se agita, regurgita, pede pra mamar mais. Põe no peito, ele dá cabeçadas, se debate, não para quieto. Insiste, ele se rende, mama um pouquinho, finge que dorme. Põe no berço, ele resmunga, parece que sente frio. Desliga o ar, deixa só na ventilação, o quarto vira uma sauna, ele resmunga. Tira do berço, dá de mamar, põe pra arrotar, ele arrota, se agita, regurgita, pede pra mamar mais, põe no peito, ele dá cabeçadas, se debate. Desiste, balança pelo quarto, canta uma música que não existe, decide trocar a fralda. Tira a fralda, limpa o bebê, está fechando a fralda, ele faz xixi, molha a fralda, e a roupa, nova fralda, passa pomada, bebê solta um pum, pum é molhado, suja a fralda, sequência de puns, usa treze lenços umedecidos, põe fralda no lixo, pega nova fralda, fecha antes que nova ameaça surja, tira a roupa mijada, bota outra roupa, leva de volta pro quarto. Vê olhos arregalados, dá de mamar, põe pra arrotar. Ele arrota, se agita, sapateia sobre as coxas da mãe, pede pra mamar mais. Põe no peito, ele dá cabeçadas, se debate. Mãe insiste, ele mama, semi desmaia, ufa. Levanta, passeia um pouco pelo quarto, ele dorme. Põe no berço, nem respira, mal se move, ele solta um grunhido, mas se ajeita no berço, de braços pra cima, ele dorme. Lembra que a posição é sinal de saúde. Todo aquele cocô e xixi também hão de ser. Saúde, meu filho. Cobre o bebê, volta pra cama, olha o relógio, torce pra não olhar novamente em menos de três horas. Fecha os olhos, dorme, não sem antes pensar: puta que pariu, estamos no dia 6 de 91 desse maldito verão!

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

A cura

Tem dias que o Lucas não dá trégua. É da mamada pro trocador, do trocador pras nossas conversas, das nossas conversas pra mamada e assim sucessivamente.
Nesses dias eu como chocolate. Sucessivamente. E tudo fica bem. Fim.

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Arrogância

Mais que o rebaixamento do Inter no último domingo, se tem coisa me incomodando é esse papo de arrogância x humildade da dupla Grenal. Cresci com um tio bradando "Grêmio campeão do mundo" a plenos pulmões nos anos 80. Nos anos 90, lembro vagamente de comemorar o título da Copa do Brasil em 92, porque logo minha memória é inundada por Paulo Nunes, Jardel e cia enfileirando competições e vitórias. Abençoado Ajax que travou aquele time. Depois disso tudo, como chegar em 2006 e não enlouquecer com o que foi conquistado? E não voltar a enlouquecer ao alcançar nosso "rival" e ser bi da Libertadores em 2010? E como não se agarrar ao fato de nunca ter estado na série B depois de ver tudo começar a desandar ainda no mesmo ano na derrota pro Mazembe? Seis anos de Gauchão e nada mais, só o fato de nunca ter caído nos sustentava no alto da gangorra, como não usar este argumento? Da mesma forma que gremistas nunca deixaram de usar os argumentos de que conquistaram tudo primeiro, ou de que tem mais Copas e que estão na nossa frente no Ranking da Fifa ou CBF. Colorados tentam inflar o peito e lembrar que tem mais Gauchões e mais vitórias em confrontos diretos. Cada um usa o que tem, como se houvessem argumentos capazes de convencer o adversário de que sim, somos melhores ou maiores. Há dias gremistas nos dão conselhos para sermos humildes como eles e torcer para nosso time na série B como eles fizeram. Vem cá, que torcedor apaixonado não faria isso pelo seu time? Isso não é humildade, é fidelidade! Ao mesmo tempo culpam nossa arrogância por termos chegado aonde chegamos, enquanto em paralelo, dada a classificação pra Libertadores, já vislumbram o bi no mundial de 2017. Não podemos substituir esse papo de arrogância ou humildade por somos loucos por futebol e isso nos deixa cegos e um tanto burros? Tão difícil entender que quem estiver na parte alta da gangorra vai sempre estar com a flauta na mão e fadado a essa embriaguês de felicidade que se confunde com arrogância? E que sempre vamos enxergar o outro lado de uma forma diferente daquela que nos enxergamos quando na mesma situação? Todos somos torcedores insuportáveis pelos olhos dos nossos adversários! Que venha a série B pra nós, que venha a Libertadores pra vocês, mas que futebol, apesar de apaixonante, siga sendo apenas futebol.

domingo, 11 de dezembro de 2016

Segunda divisão

2017 já teria 52 segundas. Uma a mais, uma a menos, que diferença isso faz, né?

sábado, 10 de dezembro de 2016

Sobre ter um bebê no colo

A pessoa sempre esteriliza super bem as mãos, mas fica craque mesmo é em juntar e alcançar coisas com os pés!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Sobre bebes

Seres minúsculos capazes de produzir ruídos assustadores ainda que praticamente inaudíveis.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Uma semana

Hoje faz uma semana que o Lucas nasceu e admito, a ficha ainda não caiu. A cada mamada, a cada ida ao quarto pra ver se está tudo bem, a cada espasmo que eu juro que é uma risada todinha pra mim eu me pergunto: como assim? Como de uma hora pra outra a gente tem esse alemãozinho na nossa vida? E como eu vivia antes disso? Aí minha memória volta pra sexta-feira passada, pra correria da manhã, tampão, cólicas, whats app, telefonemas, bolsa rompendo, contrações, hospital, dilatação, parto, filho no colo, tudo numa velocidade que eu jamais poderia imaginar. E então eu só penso em agradecer ao meu marido pelo amor, carinho e tranquilidade, ao meu médico pela confiança (dele e em mim), a anestesista (roubada da sala ao lado) pelo alívio e a equipe de enfermagem pelo apoio e alegria, pela trilha sonora (Lucas nasceu ao som de Hello da Adele) e por essa foto que vai ser com certeza uma das imagens mais lindas e marcantes de toda minha vida. E por último mas simplesmente o mais importante, ao Lucas, por ser absolutamente e indescritivelmente incrível!

Adestrador de cães

Pessoa extremamente irritante que consegue fazer coisas em dois dias que tu não consegues fazer há quatro anos!