Ano passado, em uma noite quente de verão:
Detesta dormir com ar condicionado ligado. Liga somente a ventilação. Vai dormir. Sente que tem mosquitos. Se revira na cama por 15 minutos. Cede ao ar condicionado. Os mosquitos desaparecem. Dorme até o outro dia de manhã torcendo pra mais um dia de sol e calor. Ama o verão!
.:.
Ontem, com um bebê, em uma noite quente de verão:
Fim de um dia agitado, bebê tem fome, chora. Pai dá banho. Liga o ar do quarto, Deus me livre ter mosquitos, dá de mamar, põe pra arrotar. Recebe visita, faz sala pra visita, se despede da visita. Bebê mama mais, põe pra dormir, ele dorme. Janta, toma banho, dá tchau pro marido, vai dormir também. Uma hora depois o bebê acorda, pai troca a fralda, mãe dá de mamar, põe pra arrotar, ele arrota, se agita, regurgita, pede pra mamar mais. Põe no peito, ele dá cabeçadas, se debate, não para quieto. Insiste, ele se rende, mama um pouquinho, finge que dorme. Põe no berço, ele resmunga, parece que sente frio. Desliga o ar, deixa só na ventilação, o quarto vira uma sauna, ele resmunga. Tira do berço, dá de mamar, põe pra arrotar, ele arrota, se agita, regurgita, pede pra mamar mais, põe no peito, ele dá cabeçadas, se debate. Desiste, balança pelo quarto, canta uma música que não existe, decide trocar a fralda. Tira a fralda, limpa o bebê, está fechando a fralda, ele faz xixi, molha a fralda, e a roupa, nova fralda, passa pomada, bebê solta um pum, pum é molhado, suja a fralda, sequência de puns, usa treze lenços umedecidos, põe fralda no lixo, pega nova fralda, fecha antes que nova ameaça surja, tira a roupa mijada, bota outra roupa, leva de volta pro quarto. Vê olhos arregalados, dá de mamar, põe pra arrotar. Ele arrota, se agita, sapateia sobre as coxas da mãe, pede pra mamar mais. Põe no peito, ele dá cabeçadas, se debate. Mãe insiste, ele mama, semi desmaia, ufa. Levanta, passeia um pouco pelo quarto, ele dorme. Põe no berço, nem respira, mal se move, ele solta um grunhido, mas se ajeita no berço, de braços pra cima, ele dorme. Lembra que a posição é sinal de saúde. Todo aquele cocô e xixi também hão de ser. Saúde, meu filho. Cobre o bebê, volta pra cama, olha o relógio, torce pra não olhar novamente em menos de três horas. Fecha os olhos, dorme, não sem antes pensar: puta que pariu, estamos no dia 6 de 91 desse maldito verão!
Detesta dormir com ar condicionado ligado. Liga somente a ventilação. Vai dormir. Sente que tem mosquitos. Se revira na cama por 15 minutos. Cede ao ar condicionado. Os mosquitos desaparecem. Dorme até o outro dia de manhã torcendo pra mais um dia de sol e calor. Ama o verão!
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Ontem, com um bebê, em uma noite quente de verão:
Fim de um dia agitado, bebê tem fome, chora. Pai dá banho. Liga o ar do quarto, Deus me livre ter mosquitos, dá de mamar, põe pra arrotar. Recebe visita, faz sala pra visita, se despede da visita. Bebê mama mais, põe pra dormir, ele dorme. Janta, toma banho, dá tchau pro marido, vai dormir também. Uma hora depois o bebê acorda, pai troca a fralda, mãe dá de mamar, põe pra arrotar, ele arrota, se agita, regurgita, pede pra mamar mais. Põe no peito, ele dá cabeçadas, se debate, não para quieto. Insiste, ele se rende, mama um pouquinho, finge que dorme. Põe no berço, ele resmunga, parece que sente frio. Desliga o ar, deixa só na ventilação, o quarto vira uma sauna, ele resmunga. Tira do berço, dá de mamar, põe pra arrotar, ele arrota, se agita, regurgita, pede pra mamar mais, põe no peito, ele dá cabeçadas, se debate. Desiste, balança pelo quarto, canta uma música que não existe, decide trocar a fralda. Tira a fralda, limpa o bebê, está fechando a fralda, ele faz xixi, molha a fralda, e a roupa, nova fralda, passa pomada, bebê solta um pum, pum é molhado, suja a fralda, sequência de puns, usa treze lenços umedecidos, põe fralda no lixo, pega nova fralda, fecha antes que nova ameaça surja, tira a roupa mijada, bota outra roupa, leva de volta pro quarto. Vê olhos arregalados, dá de mamar, põe pra arrotar. Ele arrota, se agita, sapateia sobre as coxas da mãe, pede pra mamar mais. Põe no peito, ele dá cabeçadas, se debate. Mãe insiste, ele mama, semi desmaia, ufa. Levanta, passeia um pouco pelo quarto, ele dorme. Põe no berço, nem respira, mal se move, ele solta um grunhido, mas se ajeita no berço, de braços pra cima, ele dorme. Lembra que a posição é sinal de saúde. Todo aquele cocô e xixi também hão de ser. Saúde, meu filho. Cobre o bebê, volta pra cama, olha o relógio, torce pra não olhar novamente em menos de três horas. Fecha os olhos, dorme, não sem antes pensar: puta que pariu, estamos no dia 6 de 91 desse maldito verão!
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