segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Apenas mais uma segunda-feira qualquer

Eu poderia ficar em casa inventando brincadeiras, ou deixar eles inventarem. Mas inventei foi de ir passar a manhã na piscina do clube. A saga inicia as 9hs pra conseguirmos sair as 10:30. Arrumo as camas, coloco sunga, maiô, biquíni. Tomamos café da manhã. Enquanto Lucas quer tudo, Mel não quer nada. Ovo mexido. Não. Manga. Não. Mas meu leite de aveia com chocolate ela manda ver enquanto busco mais uma alternativa. Iogurte com chia, finalmente. De quebra ainda lanço umas mangas no pote "sem querer". Passo protetor nos dois e em mim. Pego fruta, água, brinquedo, toalha, bóia, uma roupa seca, fralda, óculos, máscara. Partiu. Elevador, escada, cadeirinhas, carrinho no bagageiro, sento no volante."Mãe, tu podia colocar a música da Popó?". "O celular tá lá atrás e eu não vou pegar agora, Lucas", "Ahhh...", "É com a música da mamãe ou voltamos pra casa." Silêncio, amém. Saio da minha odiada e milimétrica vaga, em cinco minutos estou no clube. Lá vamos nós. Carrinho, tralharedo completo, filhos. "Quero ir no carrinho, mãe". Aquele que carrego junto só pra jogar tudo em cima e facilitar minha vida. "Sobe no carrinho, Lucas.". "Mamãe!", "Vem no colo Mel...". E lá vamos nós no formato bem menos fácil. Temperatura, álcool gel, rampa, tira roupas, bota bóias, pega brinquedos. Ufa.

O ufa é só porque cheguei no destino, porque de ufa não tem nada. Passo uma hora e meia me dividindo entre piscinas, alcançando brinquedos, brincando de pegar, apartando brigas até que... "Mamãe, fio". Busco a camiseta, coloco por cima do maiô. "Mamãe, fio". "Quer sair, Melissa?", "Sim!". Vejo o Lucas lá do outro lado da piscina. Grito por ele, inutilmente. Enrolo a guria na toalha. Deixo ali quietinha, vou resgatar o outro filho e os brinquedos. No meio da caminho vejo a miniatura vindo em direção a piscina sem bóias e dou meia volta. Assim que ela senta na beira da piscina percebo aquele recheio na fralda encharcada. Junto a criança e levo na cadeira. Grito pro Lucas vir, inutilmente. Tiro a camiseta pra conseguir tirar o maiô pra conseguir chegar no estrago. Haja lenço. Faço o possível, levo no chuveiro enquanto meu outro filho me ignora solenemente da mesma forma que a outra mãe  que está na piscina e que não se move nem se solidariza e grita "deixa que eu cuido dele". Consigo limpar a guria, vestir uma fralda e graças a um pote com morangos e água mantenho ela quietinha enquanto resgato o outro filho. Ele fica ali paradinho do lado da cadeira e me comunica: fiz xixi.

Ótimo! Super legal. Jogo um balde de água e considero limpos: o filho e o chão. Seco, visto, seduzo com morangos e volto pra recolher brinquedos espalhados pela piscina. Coloco o vestido em cima do biquíni molhado e quando vejo tudo pronto pra voltar pra casa menos de duas horas depois de ter chegado chega a me dar um tiquinho de raiva. Filha no carrinho, filho a tiracolo, máscara, rampa, carro. Despejo tudo nos seus devidos lugares, sento no volante e ligo o rádio. "Born to be wiiiiiiiild". Fecho os olhos por dois segundos e me tele transporto pra montanha russa da Universal Studios onde escolhi essa música pra curtir o trajeto. E eu que achava que aquilo era emoção... Interrompo meus loopings com o Lucas no meu ouvido "Mamãe, agora tu tá com teu celular, pode colocar a Popó?".

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