Saí de casa hoje disposta a descobrir novos negócios ao meu redor,
levando a sério a proposta do "compre do pequeno" e "compre no
seu bairro". Após deixar as roupas naquela lavanderia de sempre, adotei um
novo sapateiro que fica pelos arredores e já ia pegar o ônibus para fazer o que
só poderia ser feito em outro bairro, quando passei por uma ótica e decidi
também adotar esse serviço mais próximo de casa:
- O senhor poderia dar uma olhada
nesses óculos? Já consertei diversas vezes e a haste segue caindo.
- Deixa eu dar uma olhada.
- Deixa eu dar uma olhada.
Pegou um mini parafuso com uma super pinça, fixou a haste e em meio
minuto estava pronto.
- Feito? Quanto te devo?
- Dez reais.
- E tu me garante que não vai cair de
novo tão cedo? Já paguei dez reais umas dez vezes.
- Chega em casa, pega um palito, molha num esmalte incolor e coloca em cima do parafuso.
- Aí o senhor me garante que não vai cair de novo?
- Não posso garantir porque não sei se tu vais fazer o que eu tô te falando.
- Chega em casa, pega um palito, molha num esmalte incolor e coloca em cima do parafuso.
- Aí o senhor me garante que não vai cair de novo?
- Não posso garantir porque não sei se tu vais fazer o que eu tô te falando.
- Então o senhor poderia ter aqui o
palito e o esmalte e fazer o senhor mesmo, né? Aí poderia dar a garantia.
- Mas isso é receita caseira, não posso fazer aqui! É como quando o médico dá uma receita de medicamento por escrito mas fala de alguma erva milagrosa. Essa parte ele não escreve, né? Se não funcionar, ele não se comprometeu.
- Mas isso é receita caseira, não posso fazer aqui! É como quando o médico dá uma receita de medicamento por escrito mas fala de alguma erva milagrosa. Essa parte ele não escreve, né? Se não funcionar, ele não se comprometeu.
Saí certa da minha não garantia. Mas
ainda assim atravessei a rua e comprei um esmalte incolor em uma das farmácias
do bairro.
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